-Assim que mordo a banana, começo a rir.

Também ri, mas da bizarrice da declaração. Ia retrucar, quando o meu feliz interlocutor acrescentou:

-Banana é um dos alimentos que provocam felicidade. Ela tem triptofano que libera a serotonina que é parente da endorfina que é o hormônio do prazer.

A banana?! Justo ela, que me provoca uma puta azia? Será que dá pra se ter prazer com o estômago em chamas?

Racionalizei. Se aquela fruta massuda era “um” dos alimentos da alegria, outros havia com a mesma propriedade. Perguntei. Ele começou a desfilar o rosário:

-Espinafre, mel, aveia, chocolate…

Opa! Chocolate! Mandei que parasse. Já estava bom demais.

Agradeci mentalmente aos astecas por terem inventado o “maná dos deuses” com as sementes de cacau. Que, aliás, valiam muito. Na época, com dez sementes comprava-se um coelho. Desconfio que foi a partir daí que os coelhos passaram a botar ovos…

Chocolate! Deliciosamente viciante. Mas as calorias… Pensando bem, quem conseguiria ser feliz sabendo que, a cada mordida de prazer, moléculas de gordura iriam grudar no abdômen e nas coxas? E que nenhum Dr. Bumbum seria capaz de expulsá-las?

Era uma grande contradição filosófica que precisava ser resolvida. Comecei a pesquisar, mas a resposta veio até mim pelo whatsapp. Acho que acionei a lei da Sincronicidade – meu espírito se conectou com pessoa que estava na mesma vibe, possivelmente outra fofinha tentando entrar no casaco importado e nunca usado. E não por falta de frio.

Enfim, estava resolvido o problema. Seria muito feliz, podendo degustar chocolate e compensar com “atividade física” durante o almoço.

Ah! Não se trata de levantamento de halteres nem de talheres. É a bebida dos deuses, o vinho tinto, que tem em sua composição o resveratrol que é um polifenol antioxidante e emagrecedor. Dizem que uma taça equivale a uma hora de academia.

Bom, já adotei essa combinação celestial há duas semanas. Os resultados ainda não são visíveis a olho nu, porque tive de reduzir “a hora de malhação” pela metade, pois ficava tontinha – sempre fui abstêmia.

Por enquanto, bebo meia taça. Mas estou me exercitando para chegar à meta. Ou será que deveria deixar a meta aberta, para, ao atingir a meta, dobrar a taça???… Me ajuda, Dilma!