A construção de dois pórticos para a sinalização da entrada do Caminhos de Pedra, na ERS 444, deve custar R$ 81,5 mil, de acordo com informações divulgadas em licitação da Prefeitura de Bento Gonçalves. Segundo a Secretaria de Turismo, parte da obra será paga com recursos federais (R$ 38,1 mil) e, o restante (R$ 43,4 mil), com verbas municipais.

O prazo para a conclusão dos trabalhos é de dois meses a partir da data em que a empresa GRSUL Construções e Engenharia, única que concorreu à licitação, receber a ordem de serviço da Secretaria de Turismo. A previsão de que o documento seja enviado até a próxima semana.
Segundo o secretário de Turismo, Gilberto Durante, o custo da obra está ajustado ao orçamento e foi planejado com base em planilhas de valores determinados pelo Governo Federal. “O projeto envolve uma base que precisa ser muito bem feita porque parte do pórtico é suspenso, o que requer uma força de sustentação”, afirma. Ele ainda aponta que a verba limitada fez com que apenas uma empresa participasse do processo licitatório. “O orçamento está muito bem ajustado”, comenta.

Inicialmente, o projeto deveria ser maior, baseado na obra do artista plástico Antônio Cansanção relacionado à Ópera do Vinho, mas em virtude da limitação de recursos, a Associação Caminhos de Pedra e a Prefeitura optaram por uma edificação menor. “Nós recebemos verba de uma emenda parlamentar, que deve ser dividida entre três distritos e já está sendo aplicada”, observa.

Necessidade de investimento

Conforme explica Durante, o investimento é uma demanda antiga dos empreendedores do Caminhos de Pedra, uma vez que é necessário demarcar o início do roteiro turístico. “Acaba, também, trazendo benefícios para outros dois municípios, Pinto Bandeira e Farroupilha, já que a partir do roteiro é possível chegar nesses locais”, analisa.

Além disso, ele pontua que destinar recursos ao turismo em um momento de crise é essencial para a economia bento-gonçalvense. “Cada visitante que chega na cidade vai deixar uma média de R$ 400 reais por dia, ou seja, traz dinheiro novo para a cidade e dá retorno rápido para os cofres públicos”, explica.

Durante ainda argumenta que são mais de 200 estabelecimentos que atendem a demanda turística e muitos deles estão crescendo. “No Caminhos de Pedra, uma pousada vai ser ampliada e logo vamos ter um novo parque de aventuras”, pontua. Ele coloca que a prioridade de investimento neste roteiro são pórticos, da mesma forma que há outras demandas em outros roteiros.

Inspiração no basalto

O projeto arquitetônico foi pensado pelo escritório Oltramari Arquitetos, teve um custo de R$ 25 mil e foi financiado pela Lei de Incentivo e Fundo de Apoio à Cultura do Rio Grande do Sul (Pró-Cultura RS). Segundo o arquiteto Fernando Oltramari, a função principal das peças é sinalizar a entrada e a saída do roteiro Caminhos de Pedra. “Existe toda uma simbologia exaltando o basalto e os rabichos utilizados nos parreirais”, afirma.

Oltramari explica que o adorno será iluminado por meio de energia fotovoltaica, ou seja, capta a luz do sol ao longo do dia e converte em luz artificial durante a noite. “Envolve a elevação da sustentabilidade ambiental utilizando a pedra, que é um conceito da imigração italiana”, ressalta.

Segundo o arquiteto, o projeto surgiu de um conceito maior, mas não foi executado como planejado por uma questão de custo. “Nós recebemos uma láurea em função disso, por ter sido um projeto escolhido pelo governo (estadual) passado”, comenta.