Nove anos depois da aprovação do Plano Diretor, estamos discutindo as mudanças na legislação. Por pressa na análise das mudanças, estamos fazendo um retrabalho de organizar estas questões. Mais dinheiro sendo gasto e, principalmente, tempo sendo utilizado para rediscutir o que deveria estar formalizado.

Diríamos que o Plano Diretor tem a finalidade de melhorar a vida dos moradores e visitantes de uma cidade. Só que ele não é uma fórmula pronta, como um remédio, o qual ministramos para um município e resolvemos todos os problemas. São necessárias muitas pesquisas junto a comunidade a fim de levantar suas necessidades, prever o futuro para antecipar as ações corretivas e intercambiar as ações das várias células temáticas, a fim de fortalecer as ideias válidas e descartar as obsoletas.

O Plano Diretor é uma ferramenta legal para a própria população dizer como quer que seja sua cidade no futuro, por intermédio de um trabalho estudado, planejado e realizado no presente. É desta forma que nós, integrantes da sociedade bento-gonçalvense devemos exigir que o novo estudo seja feito. A participação ativa e direta da população se faz necessária, para que não tenhamos que fazer uma nova revisão do plano daqui a cinco ou seis anos. Uma oportunidade como esta não deve ser desperdiçada por uma comunidade que pretender ver seus filhos serem criados numa cidade melhor, cujos itens principais de reclamações hoje são: segurança, educação, empregos com melhores salários, saúde.

Mesmo com as reclamações feitas na primeira audiência pública, é preciso chamar atenção que a principal discussão será feita na Câmara de Vereadores, local onde as coisas se definem. A prefeitura pouco tem de poder na hora da definição. Ela pode sugerir, estudar, propor, até pode trabalhar para de certa forma conquistar a sociedade para que aprove a tese que o Poder Executivo mais tem afinidade a fim de colocar em prática no Plano Diretor a ser reformulado.

Neste momento de discussões, precisamos estar atentos a tudo o que está sendo colocado no estudo. Os técnicos da Ufrgs são profissionais isentos e que, de imediato, já apontaram deficiências históricas de nossa cidade, como a falta de parques públicos e áreas de lazer para a comunidade.