O cenário se repete em diversos estados do país. As rodovias, sejam estaduais ou federais, estão com caminhoneiros interrompendo o tráfego. Atrapalham planos de colegas que gostariam de chegar logo ao seu destino, mas, desta vez, tiveram o cuidado de respeitar exceções importantes. Os veículos de passeio e os ônibus passam. Transportes de produtos perecíveis assim como de carga viva têm permissão para seguir viagem. Trata-se de um cuidado importante para que o movimento não perca a simpatia da população.

O que faz hoje a categoria dos transportadores é reflexo de uma situação maior e mais descontrolada. Não se trata apenas do preço do óleo diesel – como em junho de 2013 não se tratava apenas dos R$ 0,20 de acréscimo à passagem dos ônibus. O setor transportador é uma espécie de fotografia 3×4 do que acontece aos demais setores produtivos do país: depende de uma infraestrutura apodrecida, onde estradas estão abandonadas ou então entregues à iniciativa privada; há muitas taxas e impostos; há regulamentação excessiva e interferência na jornada de empregados e autônomos impondo horários restritos à movimentação das cargas.

Todos estes fatores levam ao enfraquecimento de empresas que não conseguem ser competitivas. Os motoristas não conseguem vencer os desafios de pagar as contas. Tudo leva ao descrédito e ao desânimo por uma simples razão: há desgoverno; há falta de gerenciamento e desvios desmedidos ao que se pode crer em todos os escalões governamentais.

Como já se mencionou, o segmento dos transportadores é apenas um, mas espelha o que o setor produtivo nacional sente. É preciso menos intromissão e um gerenciamento bem mais eficaz por parte do Governo. As empresas e as pessoas querem trabalhar e prosperar. E, ao pagarem impostos esperam a retribuição em contraprestação de serviços e infraestrutura.