Empresas aproveitam dias chuvosos para, durante a madrugada, depositar dejetos em córregos, provocando grandes danos ambientais

O flagrante de mais um dano ao meio ambiente foi registrado no início da manhã da terça-feira, 12, no Rio Buratti, localidade de Linha Buratti, em Bento Gonçalves. A denúncia foi encaminhada à Associação Ativista Ecológica (AAECO), que prontamente acionou a Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Bento Gonçalves (SMMAM) e a Associação Rio Grandense de Proteção ao Meio Ambiente e aos Animais (Arpa), a fim de que providências fossem tomadas de imediato.

De acordo com o titular da SMMAM, Claudiomiro Laurindo Dias, uma equipe da Secretaria esteve no local a fim de coletar uma amostra da água para envio à análise. Além disso, foi realizada durante todo o dia uma fiscalização nas empresas próximas. “A penalidade para a poluição ambiental vai desde autuações, que podem custar de R$ 500 a R$ 50mi, dependendo do tamanho da empresa ao potencial poluidor do produto despejado, até interdição”, garante o Secretário.

Conforme o secretário geral da AAECO, Gilnei Rigotto, as empresas se aproveitam dos momentos de alto volume de chuva para depositar os produtos químicos nos rios e dificultar a fiscalização. “A rapidez com que o produto se espalha e se dilui na água faz com que se torne complicada a análise de onde parte o produto. Esta é uma prática comum dos infratores, que agem de maneira eficaz para que não consigamos identifica-los”, frisa.

Ainda de acordo com ele, os infratores armazenam os produtos e aguardam o momento certo para despejar. “Creio que estas empresas têm contratadas outras que fazem a coleta dos resíduos, porém, quanto maior o volume, maior o custo. Para diminuir os gastos, parte eles entregam, parte eles despejam no meio ambiente, de forma irregular”, enfatiza Rigotto, que complementa: “Pelo tipo de espuma e pela experiência que temos em questões ambientais, tudo indica que é do ramo da galvanoplastia, mas vamos aguardar o laudo da análise”, finaliza.