Na avaliação de fiscal da associação, contaminação das bacias foi principal problema identificado na região no último ano

Entre tantas ocorrências atendidas e registradas pela Associação Riograndense de Proteção aos Animais (Arpa) ao longo do último ano, o que mais despertou a atenção do fiscal Jorge Acco foi a poluição das águas. Ele percebe que este é o principal problema ambiental da região e que os animais que dependem dos rios para sobrevivência, muitas vezes são prejudicados pela poluição.
Na sua avaliação, os municípios, que deveriam ser responsáveis pela fiscalização e preservação, não fazem sua parte. “As denúncias têm sido comuns. Nós observamos que, em geral, ninguém mais quer saber de crimes ambientais, sendo de caça ou de pesca. Os próprios parentes e vizinhos denunciam”, ressalta.
Acco ainda comenta que o número de denúncias atendidas aumentou em 2018, mas em decorrência do aumento da área de atuação do escritório regional da Arpa. “Nós apreendemos armas com silenciador e armadilhas cruéis. Também chamou atenção o tráfico de animais silvestres, principalmente filhotes, isso nós pegamos bastante”, observa.
De forma geral, ele afirma que as ocorrências na região se mantém nos mesmos patamares dos anos anteriores, ou seja, não há incidência maior de denúncias.
Outro problema apontado por Acco são pessoas com licença para a caça, mas que mesmo assim a praticam ilegalmente. “Tem muita gente com licença para caçar javali e caçam animais silvestres. Isso nós não entendemos”, comenta.

A contaminação do Lago Fasolo

A mortandade de peixes, patos e marrecos no Lago Fasolo, no início de janeiro, também deve resultar em uma ação civil pública dos moradores do Progresso, em virtude do forte cheiro. Além disso, um inquérito policial também está em andamento.
Acco entende que quem tem a tutela para cuidar do lago é o municipio. “Eles (Executivo) não investiram nada ali, então a responsabilidade vai cair neles. Não fizeram nada até hoje”, reitera. Segundo o fiscal, o município comprou parte do lago e, por isso, o inquérito policial o responsabiliza pelo dano causado.
A ocorrência registrada por Acco aponta que a causa da mortandade estaria relacionada com o lançamento de fluentes de esgoto sem tratamento. No documento também consta que “havia um acordo para revitalização do Lago Fasolo, principalmente no que diz respeito ao tratamento de esgoto que vem sendo lançado sem tratamento no lago”. Peixes do tipo jundiá, lambari, cascudo, cara e outros foram afetados.
O secretário do Meio Ambiente, Claudiomiro Dias, informa que “a equipe do órgão esteve no local realizando a limpeza”. Além disso, ele alega que o Ministério Público definiu a responsabilidade da Corsan sobre o esgoto no local ainda em 2013. “Nós notificamos a Corsan”, afirma. Nas próximas semanas, o secretário informa que deve haver uma reunião para definir o que será realizado pela empresa de abastecimento.
A denúncia foi feita pelo vereador Moacir Camerini (PDT), que levou a reclamação dos moradores ao Ministério Público (MP) e convocou a Arpa para averiguar a situação. O acordo firmado entre Corsan e MP em 2013 estabelecia que a companhia de abastecimento limparia o lago. Acco aponta no registro policial que a poluição vem sendo lançada diariamente e que a revitalização não foi feita.

Armas de caça apreendidas em Boa Vista do Sul

No final de janeiro, uma operação da Arpa com a Polícia Civil resultou na apreensão de armas, silenciadores e munições no bairro Floresta, em Boa Vista do Sul. A operação respondeu ao mandado de busca e apreensão, expedido pelo Poder Judiciário de Garibaldi e teve a participação da Delegacia de Polícia de Garibaldi, de Carlos Barbosa e da Arpa.
Foram apreendidas armas utilizadas para caça de animais silvestres, em duas residências localizadas na rua Bela Vista, no centro. Dois homens foram autuados e vão responder ao processo de crime por posse de arma irregular.
Outra operação com participação da Arpa, em São Vicente do Sul, prendeu armas e animais silvestres, no dia 19 de janeiro. Uma pessoa também foi detida.