Se o “Mussunzis” ainda estivesse por estas bandas, já teria incorporado ao seu dialeto as duas palavras acima, que carregam uma mistura de latim, grego e bom humor. E imagino que ele explicaria da seguinte forma, a origem da corrupção brasileira:

“Era uma vez um belo país chamado ‘Brasilisss’, descoberto meio por acaso pelo ‘Cabrálisss’ e sua tropa de elite, que, ao invés de irem até as Índias, ancoraram por aqui, onde havia muitas índias ‘peládisss’. Então a Coroa portuguesa, totalmente sem noção, mandou, pra esta terra fértil, um cara chamado Pero Borges, ‘larápisss’ já condenado em Portugal por desvio de verbas. Mais feliz que lambari na sanga, o primeiro ministro da Justiça a atuar no Brasil plantou a corrupção neste solo, feito ‘mandiokiss’.

Certo, “Mussunzis”! Deixa que eu continue…

Além do Pedroca Mau Caráter, também desembarcaram os marinheiros das treze naus (treze!!!) e alguns estupradores, criminosos e ladrões, que, como castigo, receberam a missão de povoar a região. Dizem que alguns espernearam, mas se consolaram vendo as índias ‘sem nada a cobrir suas vergonhas’.

Nestes quinhentos anos, muita água passou por debaixo da ponte (até por cima, como na de Cotiporã), mas a corrupção só aumentou e acabou virando uma doença cultural. Entra governo, sai governo, e tudo continua na maior fuzarca.

Eu acho que a solução está na cara, mas por falta de vergonha (na cara) e coragem de mudar o que é legal pelo ético, nada é feito. Ao menos, vamos conhecer o remédio:

-reduzir os salários, absolutamente imorais, que NÓS pagamos aos vereadores, deputados e senadores; ou, no mínimo, congelá-los para os próximos vinte anos;

-reduzir os salários tão imorais quanto os anteriores, que nós pagamos ao Judiciário; ou, da mesma forma, congelá-los pelos próximos decênios;

-eliminar penduricalhos dos grandes salários, que Nós pagamos, tais como “auxílio moradia”, “auxílio saúde”, “auxílio alimentação”, “auxílio dentista”, verbas para “veículos de comunicação”, para “combustível”, “passagens aéreas”… e assim por diante;

-reduzir drasticamente secretarias, ministérios e cargos comissionados, que nós sustentamos;

-reduzir os salários das grandes pensões vitalícias, que nós sustentamos, ou, então, congelá-las para sempre;

-fiscalizar as ONGS, para impedir que algumas usem o nosso dinheiro para benefício próprio;

-fiscalizar os governos em todas as esferas para inibir as más intenções antes que elas se materializem;

-repatriar o dinheiro público desviado e usá-lo diretamente na saúde, na educação, na segurança…;

-extinguir os incentivos fiscais em todo o território nacional para que os governos não se tornem reféns de grandes empresas;

-descentralizar os recursos públicos.

E, por favor, parar de culpar os professores pelo lamentável estado das finanças públicas.