Depois do que aconteceu ontem, decidi cortar as pessoas tóxicas do meu círculo.

Talvez, ao ler esta crônica, você também se incline a fazer o mesmo, ou, ao menos, concorde no todo ou em parte com o que vou escrever sobre o assunto.

Refiro-me ao tipo de pessoas para as quais desejamos o bem e em resposta elas nos magoam através de modos de expressão ou palavras ofensivas .

Pessoas de convivência difícil (para não dizer impossível).

Pessoas que vivem com os nervos à flor da pele e a teimosia até os ossos.

Pessoas cujo único instrumento é a irritabilidade e, no fundo, acabam com a nossa paciência.

Pessoas que vivem com o nariz empinado: “Eu sei… Eu sei… Eu sei…”

Pessoas que sabem fingir muito mais do que sabem amar.

Pessoas que andam como se a própria sombra as agredissem.

Pessoas que têm uma língua que não para quieta.

Chega uma hora em que precisamos esvaziar o lixo na rua para nos sentirmos mais limpos. E nos sentimos de verdade. Isso também, por incrível que pareça, pode ser aplicado a certas pessoas que vivem dando chiliques, faniquitos e ataques nervosos.

Parece que algumas pessoas cultivam com vaidade suprema sua ignorância imbecil e sentem um prazer terrível em não deixar o seu próximo em paz.

Por alguma razão de insegurança e auto-estima baixa ou por algum distúrbio trazido da infância, ou ainda, por algum narcisismo meio cavalar, essas pessoas se acham no direito de viver distribuindo patadas, não importando se você é seu amigo de infância, colega de trabalho ou familiar, como irmão ou irmã, cunhado ou concunhado, primo ou primo, padrinho ou tio.

Os afetos desequilibrados mais íntimos são os piores de aturar sem perder a linha.

Fala sério, ninguém é obrigado a suportar pessoas que se acham no direito de jogar na sua cara tudo o que pensam e se você ousar a fazer o mesmo, armam uma tempestade que temos a impressão de que o mundo está vindo abaixo.

Faça-me o favor, ninguém no mundo é obrigado a conviver com pessoas que encasquetam por qualquer besteira ou por qualquer migalha de estupidez, explodem do nada, mudam de humor em um minuto ou se ofendem com uma mera brincadeira.

Quando questionadas, essas pessoas respondem cheias de razão:

– Eu sou assim.

Se tornar a questioná-las, a resposta virá rápida como um raio:

– Esse é o meu jeito, quer que eu faça o quê?

Você encontra esse tipo de infeliz em toda parte, inclusive à luz do dia.

Pois, depois do que aconteceu ontem, vou evitar pessoas temperamentais e malresolvidas que ficam loucas de uma hora para outra.

Chega um momento que cansa ter de adaptar-se ao humor desse tipo de pessoa que não sofre de úlcera, mas transmite.

Esgotei minha cota de paciência com pessoas que não sabem tornar a convivência harmoniosa sem precisar forjar um clima, servir vinhos, acender velas, fazer caras e bocas, concordar e levantar a bandeira branca.

De hoje em diante, vou tentar me cercar apenas de pessoas com as quais realmente tenha prazer de conviver. Pessoas bem resolvidas e de bem com a própria vida.