Clima do inverno foi favorável e ajudou no desenvolvimento da fruta; Colheita deve iniciar em até dois meses

Em dois meses, a colheita do pêssego terá seu início nas centenas de propriedades rurais espalhadas por Bento Gonçalves, Pinto Bandeira e demais cidades da região do Vale dos Vinhedos. E os indicativos, mesmo que preliminares, dão conta que esta será uma safra com grande volume de frutas.

A estimativa otimista parte da Emater e também dos produtores rurais. O principal motivo apontado está relacionado com o clima que acabou sendo propício para o desenvolvimento da fruta, como revela o engenheiro agrônomo da Regional da Emater, Enio Todeschini. “O inverno foi muito bom, excepcional, tivemos um frio em qualidade e quantidade adequada. Além disso, houve a inexistência de picos de calor, sobretudo entre os meses de julho e agosto, períodos que são vitais para o desenvolvimento dos pomares”, ressalta.

Ainda de acordo com Todeschini, o fato proporcionou um florescimento excepcional, em grande quantidade e brotação de gemas de folhas vegetativas fortes e uniformes. Fatores que indicam uma safra robusta na projeção de Todeschini. “Dos 3450 hectares que são cultivados na Serra referente ao de pêssego de mesa a perspectiva é de duas formas. Se não tiver percalços até meados de outubro, quando inicia-se a colheita, teremos uma supersafra. No primeiro momento, para a sociedade em geral isso soa bem, mas para o produtor não tão bem e esse é o segundo tempo. Uma safra cheia dá indícios de preço pequeno e muito trabalho para os agricultores. Claro que tudo isso pode mudar, mas hoje, a tendência é essa”, aponta.

Em uma das propriedades que cultivam pêssego, em Pinto Bandeira, o funcionário Éder Portela, confirma a possibilidade de uma grande safra para 2018-2019. “A chuva veio na hora certa, o frio ajudou, não tivemos geada e poucos picos de calor. Tudo floresceu no tempo certo. Está muito bonito e com qualidade. Com isso, devemos aumentar a produção em relação a última colheita”, afirma.
Na propriedade são cultivados os gêneros de pêssego kampai, chimarrita e o amarelo eragil. De acordo, com Portela, a expectativa é de colher entre 30 a 35 mil quilos por hectare na safra deste ano. A ideia na propriedade é iniciar a colheira do pêssego entre os dias 15 e 20 novembro, logo nos primeiros dias indicados para a abertura da safra.

Em outra propriedade rural, o agricultor Azir Arcari fala sobre o momento e a preocupação com o preço do produto. “Realmente a safra tende a ser muito boa, os pés estão bem carregados e bonitos. E a gente sabe que uma boa safra faz com que o produto tenha um preço baixo. Mas o momento é trabalhar e aguardar para a pós-colheita além de sabermos a questão de valor. Tomara que nos renda mais que em outros anos”, relata.

Últimos ajustes e cuidados nos pomares

Muito próximo do início da colheita, é hora de ajustes e cuidados redobrados que são tomados por funcionários e agricultores. Como as árvores já estão em fase final de florescimento e as frutas em processo adiantado, o período é de realizar o raleio, conforme Todeschini. “Reforçar, fazer ele mais forte do que a prática normal e que estava sendo prevista, ou seja, deixar menos frutas porque tem de sobra no atualmente”, recomenda.

Para o agricultor esse momento é importante. “Um bom raleio torna a fruta ainda mais bonita do que já está.O nosso trabalho específico no nosso pomar vai durar uns 30 dias, e depois é só aguardar para a colheita’’, aponta.

Ainda há a possibilidade de surgir problemas e que precisam da atenção dos agricultores, segundo Todeschini. “A mosca das frutas, sempre em alerta. E com o clima, torcer para não ter granizo e estiagem. O ideal para a fruta seria 10 a 12 dias de sol e uma boa chuva. E a manutenção da cobertura do solo, seca ao máximo possível com os nutrientes necessários”, aconselha