As edificações com estrutura e paredes de madeira enquadraram-se em diversos períodos da arquitetura da imigração italiana, com algumas peculiaridades.
As construções provisórias foram erguidas com troncos, galhos e folhagens empregadas no mínimo, ou de madeiras macias rachadas grosseiramente.
No período primitivo utilizou-se madeira rachada ou serrada à mão. Apesar do emprego generalizado de pregos, às vezes usou-se exclusivamente madeira, até mesmo os fixadores: cepos de fundações, cobertura em tabuinhas, portas e janelas com dobradiças, tábuas fixadas com cavilhas, cunhas e chavetas de cabriúva, guajuvira e outras madeiras de lei.
“Para se fazer pregos em madeira, primeiro serrava-se uma árvore de lei, cortava-se em pedaços de dez a quinze centímetros, depois secava-se ao sol. Com a “brítola” (canivete em forma oval) polia-se as madeiras e com o “trivelin” (pua) fazia-se um buraco na madeira. Cada agricultor era um engenheiro”.
O período de apogeu empregando a madeira ora artesanal, ora processada industrialmente.
O aspecto prático se reduzia ao essencial, sem ornamentação. Neste período foram construídas as maiores obras de madeira de maior porte de todo o ciclo da imigração italiana.
Na linguagem decorativa há uma riqueza de trabalhos singelos de serra-de-fita, especialmente lambrequins, onde a madeira é trabalhada em onda e bico alternados, muito numerosos e aparecendo com variantes como: torneados, entalhados, chanfraduras, fresados e pilastras.
As residências mostraram a presença de um corredor coberto ligando um compartimento ao outro da casa. Convém lembrar que a casa rural, engloba uma série de edificações isoladas, bem como outros espaços organizados, destinados às diversas atividades de habitação e produção.
O costume de fazer duas casas, bem espaçosas, onde dormiam e outra onde faziam as refeições, causou certa curiosidade. Muitos agricultores, a quem perguntamos as razões, respondiam que era para evitar o incêndio. No caso de queimar a cozinha, não ia a casa, construída com tanta dedicação e sacrifício.