A Companhia Riograndense de Sanemaneto (Corsan) estima uma perda constante de 20% da água do município entre vazamentos, furtos e problemas de distribuição. Como a Companhia trabalha com uma margem de perda maior, o dado ofical é de 40% , porém, o valor não corresponde à realidade, segundo informações da unidade de Bento Gonçalves.

Os problemas estão relacionados, sobretudo, a vazamentos, o que torna praticamente impossível calcular um valor exato. Segundo o gestor da Unidade em Bento Gonçalves, Marciano Dal Pizzol, é difícil identificar quando os problemas começam. “Por exemplo, nós podemos arrumar um vazamento hoje que pode ter começado ontem, mas também pode ter cinco anos”, explica.

Em relação ao índice de perda aparente (40%), Dal Pizzol argumenta que, se fosse condizente com a realidade, haveria muitos vazamentos. “As ruas estariam alagadas. Imagine só se uma fábrica de carros perdesse 40 de cada 100 veículos que vão para a rua. Seria impossível mantê-la”, exemplifica. Além disso, quando aumenta de forma considerável o consumo em alguma localidade do município, a Corsan consegue identificar o problema. “Em casos assim provavelmente exista vazamento”, observa.

Ainda de acordo com Dal Pizzol, apenas sete servidores atendem toda a demanda de Bento Gonçalves e Pinto Bandeira, sendo que são realizadas cerca de 15 intervenções por dia, entre trabalhos pequenos e maiores. “Isso pode envolver desde um reparo simples até abrir um buraco de cinco metros” , detalha. O gestor pontua o relevo irregular da região, a falta de efetivo para identificação de problemas e a necessidade de troca de hidrômetros como fatores agravantes para a perda de água.

 

Multa ultrapassa R$ 15 mil

Recentemente, uma empresa do município foi multada em mais de R$ 15 mil por furto de água. Dal Pizzol explica que casos assim ocorrem com frequência, apesar de ter maior incidência entre residências. “É inacreditável o que fazem para desviar água”, salienta.

Nesses casos, a Corsan pode cobrar os meses nos quais o desvio esteve em atividade a partir de uma média do gastos dos meses anteriores, acrescido de uma multa. “Nós temos como identificar em qual mês a irregularidade foi executada, a partir da média de medições, para cobrar os valores”, ressalta.

 

Nova licitação deve sair em breve

A licitação para a construção de Estação de Tratamento de Esgosto (ETE) deve ser publicada nos próximos dois meses, segundo prazo combinado entre Corsan e Prefeitura no final de fevereiro. Na ocasião, a Companhia pediu 90 dias para a publicação de documento de contratação.

A obra estava prevista em contrato renovado ainda em 2010, e faz parte de um investimento total de R$ 26 milhões, oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Uma das cláusulas do documento estabelece a responsabilidade da Corsan pela implantação do sistema de tratamento de água e esgoto do município.

O documento previa que até 2011 o serviço de saneamento deveria atingir 20% das residências do município. Já para o final de 2013, 70% do previsto deveria estar concluído. Ambos prazos não foram cumpridos.

O prefeito Guilherme Pasin chegou a sinalizar a possibilidade de rompimento do acordo caso o cenário não for revertido. Para Dal Pizzol, a Prefeitura está no direito de rescisão, uma vez que a obra está atrasada, porém, ele afirma que o processo é moroso e cansativo. “Depende de o Ministério Público (MP) acatar o pedido e, também, precisa ser realizado um plebiscito”, afirma.

 

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