Gestor aborda interferência do poder público sobre a iniciativa privada em encontro realizado na sede da entidade

Tema caro a muitos empresários brasileiros, a interferência do poder público sobre a iniciativa privada acaba minando a confiança da classe e sendo decisiva, em muitos casos, na interrupção dos negócios. É sobre esse assunto que o gestor e administrador do setor de transporte de cargas Paulo Caleffi falará no Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG), na reunião-jantar, nesta quarta-feira, 8 de agosto, às 19h30min.

Caleffi, com sólida vivência empresarial, também tem experiência no setor público, área na qual desempenhou as atividades de secretário municipal de Governo e de Obras e Viação. Por isso, um assunto que fala com conhecimento: “O público e o privado precisam um do outro, mas o setor público tem que deixar o setor privado com maior liberdade para gerar riqueza. Muita interferência atrapalha”, diz Caleffi.

Um exemplo, cita, é a política de reajuste dos combustíveis. “A Petrobras tem uma interferência direta em toda a cadeia produtiva”, analisa. Para ele, essa atuação fica ainda mais acentuada em anos em que ocorrem mudanças de governo, na forma de uma atuação fiscal mais agressiva sobre as empresas. “O setor produtivo é o gerador de riquezas, e o governo, que não gera riqueza mas vive dela, tira do mercado 40% de tudo o que se produz com impostos. A reforma tributária deve passar por uma simplificação antes de chegar à efetiva redução do valor dos impostos para não colapsar o setor público”, avalia Caleffi.

Na reunião-jantar, o palestrante também quer destacar que, em períodos eleitorais, sempre há uma empatia entre candidatos e setores organizados da sociedade, mas poucas vezes as contribuições desta são implementadas pelos futuros governantes. “Muitas vezes não conseguimos cobrar respostas, e os anseios são frustrados”, comenta. “A questão é como manter o compromisso dos governantes com suas promessas eleitoreiras. As medidas de governo não podem agradar a todos, mas existem processos de ganha/ganha”, opina. Para ele, o Brasil pode ser melhor: “temos a solução para que isto aconteça e esta solução está na mão de cada brasileiro: o voto”.

Sobre o palestrante

Paulo Caleffi é formado em Economia e em Direito, com pós-graduação em Marketing e em Pesquisa e Ensino pela UCS e em Logística e em Inovação e Competitividade (2009) pela Universidade de Miami (EUA). Desde 1987 é diretor de Gestão da Transportes Bertolini Ltda., da qual administra 16 das empresas do grupo. Também é presidente da Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas do Estado do Rio Grande do Sul (Fetransul), vice-presidente do Conselho Regional do Serviço Social do Transporte e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat) – do qual foi presidente durante 12 anos – e secretário-geral da Câmara Interamericana de Transportes (CIT), entidade em que também já foi presidente.