As causas são muitas, a solução é uma só. O problema da evasão escolar, que em 2016 atingiu o preocupante número de 1,6 milhão de adolescentes entre 15 e 17 anos, faz com que questionemos o lema orgulhosamente expresso pelo Governo Federal. ‘Brasil, Pátria Educadora’, para aqueles que têm condições financeiras. ‘Pátria Educadora’ para quem tem estabilidade familiar. ‘Pátria Educadora’ aos que não tem dificuldade no aprendizado, ‘Pátria Educadora’ aos que residem próximos aos educandários e não dependem de transporte.

É implícito que na balança de fatores geradores do grande número de desistentes, o ambiente familiar é contrapeso a ser considerado, entretanto, precisamos ir mais fundo na questão e observar o outro lado da libra, onde exercendo sobrecarga significante e maquiando-se em argumentações superficiais assenta-se o Governo. Parte relevante dos problemas que atingem o seio familiar são de origem financeira. Se levarmos em conta a atual conjuntura socioeconômica nacional, não será necessária uma reflexão complexa do cenário para concluir que a situação seria outra caso fossem proporcionadas melhores condições pela União.

A linha de raciocínio aqui proposta não tem intuito de ser tendenciosa ou oposicionista, mas sim, de por em debate e questionar teorias de responsabilidade que apontam única e exclusivamente o grupo familiar como provedor das adversidades sociais e psicológicas que resultam na desistência acadêmica. Não é intuito negar que problemas como o consumo de drogas na adolescência, um dos fatores apontados como causa da evasão escolar, esteja desconectado a uma criação familiar abusiva ou omissa, mas sim, desmistificar a até então quase nula parcela de culpa governamental.

A Capital do Vinho também não é imune ao problema. Embora combatido por vezes de forma vigorosa, os índices crescem anualmente, e as ações que visam combater a situação tem se mostrado ineficazes.

Pois bem, como citado anteriormente, a solução, ao menos a curto prazo, é uma só: conscientização. É preciso fazer justiça ao dito ‘o futuro da nação’, e realmente priorizar e instigar a educação de jovens, por meio de didáticas de fácil compreensão temática, apoio à família, fiscalização intensiva e penalização ao descumprimento de diretrizes. Como diz a terceira lei de Newton, ‘toda a ação gera uma reação’, e neste contexto, a ação pode ser interpretada como o incentivo paternal, governamental ou pedagógico a fazer mais, tendo como contrapartida reacionária, além da extinção do número de desistentes, a possível evolução do quadro social nacional.