A impressão é que carnaval terminou ontem, que março mal começou e que o ano recém está iniciando para muita gente. Mas não, é possível perceber que a Páscoa, que este ano é comemorada apenas em abril, já está batendo à porta de muitos consumidores. Isso porque os supermercados e as lojas já estão decoradas com coelhos e as prateleiras forradas de ovos. Entretanto, a perspectiva econômica para a época não é favorável, segundo pesquisa feita para Associação Gaúcha de Supermercados (Agas).

Tradicionalmente líderes na preferência dos consumidores durante o período de Páscoa, os ovos de chocolate deverão perder espaço para barras, bombons e tabletes na edição deste ano da festividade, é o que relata a pesquisa da Agas. Segundo o levantamento, que consultou 56 supermercadistas entre os meses de janeiro e fevereiro, os empresários do setor projetam uma queda de 12% nas vendas de ovos de chocolate na Páscoa de 2017, na comparação com o ano passado. “Ainda assim, ao todo, os supermercados do Estado deverão comercializar 8 milhões de ovos de chocolate até o dia 16 de abril, domingo de comemorações da festividade”, garante o presidente da entidade, Antônio Cesa Longo.

Marisa Santos, mãe de dois meninos, garante que esse ano eles precisarão entender que a páscoa será menos recheada. “Já ensinei que quando a mãe diz que o dinheiro está curto, o presente precisa ser mais em conta e eles entendem perfeitamente. Se não for uma caixa de bombom, terá de ser um ovo pequeno”, observa a dona de casa.

Um levantamento conduzido pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Bento Gonçalves revela que praticamente a totalidade dos entrevistados espera registrar desempenho bastante similar ao concretizado em 2016. Em âmbito nacional, as projeções acompanham esse indicador. Metade dos entrevistados pelo Departamento de Economia da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) acreditam em vendas no mesmo patamar do ano anterior. “Depois de um ano difícil, a economia está ensaiando uma recuperação há relativamente pouco tempo. Portanto, é natural que as projeções de venda estejam mais comedidas. Mas nem por isso o lojista deve recair na zona de conforto e deixar de ambicionar o crescimento nos números. O exercício de criatividade, sem dúvida, será maior – mas pode trazer bons resultados”, avalia o presidente da CDL-BG, Marcos Carbone.

Diversas ferramentas surgem como alternativa para o comércio rentabilizar a comemoração da Páscoa. Quem trabalha com a venda de chocolates e doces está adiantando a exposição dos produtos para garantir que o consumidor faça suas compras antes de comprometer a renda com outras despesas. As promoções sugerem preços mais atrativos para quem optar por encher o carrinho antecipadamente. Outra estratégia que muitos comerciantes têm começado a adotar é a tentativa de conquistar o cliente oferecendo produtos para degustação – na expectativa de que a tentação se traduza em vendas.

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