Esta terça-feira deverá entrar para a história do Brasil, juntamente com tudo o que tem acontecido nos últimos tempos. Houve um momento em que o Procurador-geral da República recebeu a “carinhosa” denominação de “Engavetador Geral da República” pelos motivos que todos sabem, mas que não custa relembrar. O procurador que exercia a função no tempo do governo fhc (PSDB) se notabilizou por não dar prosseguimento às denúncias de crimes, falcatruas e corrupções em escala geométrica que chegavam a ele. As denúncias eram destinadas ao “berço esplêndido” das suas gavetas, com o quê os que deveriam ser investigados e, se fosse o caso, denunciados, processados e condenados, amavam de paixão o “dedicado” procurador. Mas, eis que nos últimos anos o Procurador-geral da República deixou de ser uma marionete nas mãos de políticos de duvidoso caráter e passou a denunciar a corrupção e os corruptos. O resultado disso foi uma queda brutal na venda de colchões para uma boa quantidade de políticos e seus aliados. Sim, porque dormir passou a ser coisa pouca nesse mundo imundo da união espúria de políticos, empresários, setores da imprensa, etc. Pois, votando à terça-feira, eis que o Procurador Rodrigo Janot envia ao Supremo Tribunal Federal pedido de prisão para os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá, além do ex-presidente José Ribamar da Costa Sarney. Aliás, creio já ter ouvido denúncias envolvendo esses nomes. Agora, caberá ao ministro do STF, Teori Zavascki, decidir se acata ou não o pedido. A acusação é de que eles tentaram obstruir a Operação Lava Jato. Agora é esperar para ver no que vai dar tudo isso. Lembrando, ainda, que o deputado federal Eduardo Cunha, afastado da presidência da Câmara, está na berlinda na Comissão de Ética para cassação. Recordando, então: Dilma afastada (por incompetência?); Renan e Cunha denunciados; Sarney, idem; Lula na mira; Aécio Neves, recordista na lista de denunciados. E se considerarmos todos os já denunciados por envolvimento em falcatruas, bem, aí a coisa toma proporções oceânicas. Imaginemos, agora, se Lula, Dilma, Aécio, e os demais denunciados, bem como Alckmin e Serra (governadores nesse tempo de “trensalão” e “rouboanel paulista”) decidirem fazer “delação premiada”? Certamente, a ordem emanada do povo deveria ser: “Parem o Brasil, bola no centro, faça-se uma higienização total, nova Constituição, novas eleições gerais, mas gerais meeessssmoooo, do Oiapoque ao Chuí, com a proibição dos atuais políticos de concorrerem, bem como a proibição – com cadeia sumária – a qualquer empresário (inclusive banqueiros, barões da imprensa, etc) que doasse dinheiro para as campanhas políticas. Viável? Obviamente, não! Os “donos do Brasil” jamais permitiriam isso. E então? Ora, então é esperar a próxima denúncia para ficarmos mais indignados. E impotentes!