Certamente a maioria das pessoas já ouviu ou leu essa expressão, com o seu complemento: “Parem o mundo que eu quero descer”! Pois ela está se tornando cada vez mais pronunciada, divulgada e com cada vez mais motivos para a justificar. Antes da Constituição de 1988 garantir a “liberdade de expressão”, o “livre pensamento”, vivemos a ditadura militar.

Naquele período, jornais, revistas, rádios, televisão, cinema e até letras de músicas eram censuradas. Tinham que passar pelo crivo do “departamento de censura” antes de chegarem ao público. Opinar abertamente sobre qualquer assunto que pudesse ser interpretado como “subversão” ou “tentativa de subversão” poderia custar caro, muito caro. Duvido que alguém saiba, exatamente, quantas vidas sucumbiram. Mas, eis que surge a tal de “abertura democrática” quando, através de eleições indiretas, Tancredo Neves foi eleito, pelo Congresso, presidente da República, tendo como vice o indefectível José Ribamar da Costa Sarney.

Este, por força de um golpe político-midiático, assumiu o governo após a morte de Tancredo, sem que tivesse assumido o poder. Depois, com a tal de “Constituição cidadã” (sabe-se lá o porquê de Ulisses Guimarães tê-la assim designado), começamos, realmente, o período dito democrático. Demorou um pouco, mas descobriram que, com a “liberdade de expressão”, tudo poderia ser dito e escrito.

Com o advento da internet – a maior invenção da humanidade, depois do guarda-chuva – surgiram as redes sociais. E com ela os imbecis! Sim, o índice de imbecilidade que antes não podia ser medido, com as redes sociais a tarefa ficou extremamente fácil. Há que diga, inclusive, que as redes sociais são o “IMBECIMELÍMETRO” de melhor qualidade que poderia ter surgido. Até cheguei a comentar que houve um tempo em que se dizia que “de cabeça de juiz, de barriga de mulher e de urnas eleitorais ninguém sabia o que poderia sair”.

Bem, depois da internet e das redes sociais, não há nada que não se saiba, até em questão de segundos, de todo o planeta. Eis que, porém, as redes sociais puderam ser utilizadas por todos, “democraticamente”. Delas pode-se, também, ver a existência do “imbecimelímetro”.

Qualquer um, que tenha a audácia de expor sua opinião nas redes sociais, sobre qualquer assunto, é, imediatamente, vilipendiado por imbecis que não conseguem viver com o contraditório. Ou se pensa como eles, os imbecis, ou se sofre ofensas de todos os graus.

E a coisa piora a cada dia, fruto da impunidade que os imbecis pensam usufruir. Nesta madrugada de terça-feira, uma tragédia abalou o mundo: a queda do avião que transportava a delegação da Chapecoense para o primeiro jogo da final da Copa Sul-americana.

Pois demorou pouco para os imbecis – estão sempre de plantão – entrarem nas redes sociais para expor o que seus cérebros danificados por coliformes fecais podem processar, ou seja, fazer brincadeiras clubistas com a tragédia. Já é hora de um “Pare o mundo que eu quero descer” ou não? Ou, então, que se coloque um paradeiro no rumo dos imbecis. Mas, quem fará isso?