Buscar uma contrapartida do Estado para investimentos pesados que a iniciativa privada do município deve realizar na área de segurança pública. Foi este o objetivo de uma reunião entre representantes de Bento Gonçalves e o secretário estadual de Segurança, Wantuir Jacini, realizada na tarde desta quarta-feira, 6, em Porto Alegre. O grupo, que tem entre suas lideranças o Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC) vem articulando há meses a ampliação no repasse de recursos para os órgãos de segurança, ação que ganhou capítulos decisivos nas últimas semanas com a apresentação de planos de investimentos e acordos para repasses entre empresários e entidades locais.

Durante o encontro em Porto Alegre a pauta girou em torno de dois temas considerados fundamentais diante da escalada da violência registrada nos últimos meses e que não podem ser sanados pela iniciativa privada. O primeiro é o aumento do efetivo da Brigada Militar no município, considerado insuficiente atualmente. O segundo é uma demanda histórica, mas que vem ganhando contornos cada vez mais dramáticos. É consenso que a construção de um novo presídio, para suportar preferencialmente a população carcerária local, tornou-se absolutamente urgente. O objetivo é evitar o intercâmbio entre criminosos locais e de outras regiões, em presídios da região metropolitana, por exemplo, o que vem sendo apontado como fator de risco para o avanço de facções criminosas na cidade.

“Nós apresentamos um plano de trabalho que prevê investimentos emergenciais na casa de R$ 685 mil, que seriam destinados ao Consepro, que, por sua vez, aplicaria o valor em tecnologia e novos equipamentos para a Brigada Militar, com o objetivo de tornar mais eficiente o trabalho de um efetivo sabidamente insuficiente. Além disso, queremos aumentar a arrecadação mensal do órgão. Porém, para que isso ocorra, o Estado precisa se comprometer com demandas que são absolutamente urgentes, como a construção de um presídio minimamente capaz de abrigar presos e que não coloque o Centro do município em risco”, destacou Laudir Piccoli, presidente do CIC.

Ele lembra que, por meio da atuação do poder público municipal, já foram encontradas formas de viabilizar o projeto, com a cedência de áreas do Estado que não são utilizadas a investidores, que construiriam a nova casa carcerária. “Agora é o momento de termos uma contrapartida. Não duvidamos da boa vontade do Estado e compreendemos sim as dificuldades econômicas. Também reconhecemos os avanços que começam a aparecer, inclusive nessa área. Mas é preciso que se faça um esforço maior”, afirma Piccoli.

Além do presidente do CIC, a reunião contou com a presença do prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin, do presidente do Sindilojas, Daniel Amadio, da presidente do Sindicato Trabalhadores Rurais, Inês Fagherazzi Bianchetti, do chefe da Casa Militar, José Paulo Marinho, do empresário Élton gialdi, diretor do CIC que lidera a comissão de apoio ao Consepro, da arquiteta e empresária Marta Perin, que atuou na elaboração do plano para reequipar a BM e do empresário Laercio Pompermayer.

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