Se o Padre Manica tivesse sido confessor desses padres não teriam feito o que fizeram. Estariam sem as duas orelhas. Quando, para comungar, era obrigatória a confissão existia, na Igreja Matriz Santo Antônio, dois confessionários e dois padres confessando, o Manica e o Pe. Enio. Na fila do Manica tinha, no máximo, cinco beatas. Na fila do Enio umas 300 pessoas. O Pe. Manica saia do confessionário pegava as pessoas da fila do Pe. Enio pela orelha e colocava na fila dele. Ai era um terror. Um dia me tocou ir na fila do Manica e ele lascou: “pecou guri, seja por palavras, pensamento, atos ou omissões?” Eu respirava fundo e respondia “alguns atos, alguns pensamentos, muitas omissões mas, que eu saiba, não prejudiquei ninguém”. “Reza dez Pai Nosso e trezentas Ave Marias”, era a pena mínima. Na época não se conversava com Deus, nem se rezava de pé, era ajoelhado mesmo. Nunca consegui rezar mais de 15 Ave Marias. O resto estou devendo até hoje.