Durante cinco sábados seguidos, uma equipe de pais de alunos da Escola Municipal Agostino Brum abdicaram do seu final de semana para colocar a “mão na massa” em obras que o colégio necessitava. Com a ação, além de auxiliar na economia em mais de R$5 mil que a escola evitou gastar, deixaram um bonito exemplo para os alunos.

De acordo com a diretora Rosane Petroli Tesser, os pais se destacaram trabalhando ativamente de forma voluntária. “Melhoramos todo o entorno, leste e norte, porque a escola estava com infiltração. Foi feito o projeto, o trabalho de drenagem, conserto do muro, reboco, melhora no parquinho, sem gastarmos nada com mão de obra, apenas com materiais. Outro pai vendo essa sequência de atividades, se prontificou a fazer toda troca de tomadas. Outro casal pintou uma cerca que a gente tinha”, orgulha-se Rosane.

Francisco Scalabrin Vinhas, pai da Betina, de 6 anos, ajudando na escola

A escola atende 240 alunos e sempre procura trabalhar com a presença da família. “A gente nota que nesses últimos anos é surpreendente a participação efetiva dos pais. Tudo que está aqui na escola pertence a todos nós e é nosso dever cuidar, inclusive dos pais que vêm aqui manter esse patrimônio por meio de uma pintura, fixando ripas, tapando goteiras”, frisa a diretora.

A professora de história e geografia, Gisele Zagonel, destaca a diferença que faz ter a presença dos pais no colégio. “É difícil ter na rede, até na privada, esse alcance de participação efetivo de pais na escola. Quando elas veem que os pais estão no colégio ajudando, colaborando elas se sentem bem, faz uma diferença até no rendimento das crianças”, acredita.

Francisco Scalabrin Vinhas, pai da Betina, de 6 anos, foi um dos que esteve presente todos os sábados ajudando a escola. “Outro dia vim podar uma árvore e ajudar nas obras, na segunda-feira seguinte, quando fui buscar minha filha na escola, ela disse ‘pai, eu vi o muro que tu fez lá atrás, ficou bom’. Eles ficam muito orgulhosos e percebo que o exemplo é com certeza a melhor maneira de ensinar algo para alguém, ainda mais para uma criança”, afirma Vinhas.

O pai de Betina deixa um questionamento sobre o assunto. “Quando uma criança vai depredar, estragar algo da escola, sabendo que o pai dela é que foi no final de semana consertar, ajudar a arrumar? Às vezes começa por aí, dando exemplo não é só responsabilidade do município”, diz.