Os servidores estaduais estão pelo 19º mês consecutivo convivendo com o parcelamento dos salários. O pagamento da primeira parcela de agosto foi disponibilizada nesta quinta-feira, 31, depositando R$ 350 para cada matrícula dos servidores vinculados ao Executivo.

A justificativa do Governo do Estado é que eles contam “com pouco mais de R$ 221 milhões em caixa, a Secretaria da Fazenda conseguiu creditar apenas as duas primeiras faixas de uma folha líquida que fechou o mês em R$ 1,143 bilhão (sem considerar as consignações e tributos)”.

A Fazenda confirmou também o pagamento da nona parcela do 13º salário de 2016, o que significa o desencaixe de outros R$ 102 milhões. Os valores estarão disponíveis na rede bancária logo cedo da manhã. A previsão é integralizar os salários para as 344 mil matrículas entre ativos, inativos e pensionistas até o próximo dia 13 de setembro. Já as consignações bancárias, que chegam a R$ 150 milhões, devem ser pagas até o dia 22 do próximo mês. Os servidores vinculados às fundações recebem os vencimentos integrais no próxima segunda-feira, 4 de setembro, segundo dia útil do mês. A folha dos 5.200 celetistas representam R$ 25 milhões.

Mas Juçara Borges, presidente do Cpers de Bento Gonçalves garante que a medida é um desrespeito com os servidores que trabalham o mês inteiro para receber uma parcela de R$ 350 e não conseguir nem sustentar a família. “É uma falácia do Governo quando eles dizem que estão falidos, pois eles estão utilizando isso para pressionar os deputados a votarem os projetos que entregam o patrimônio público para a inciativa privada”, desabafa a professora.

Juçara Borges, presidente do Cpers de Bento Gonçalves

A presidente do Cpers de Bento enfatiza ainda que os servidores estaduais entendem a medida como uma punição pelo trabalho que a categoria tem feito em Porto Alegre, mostrando aos deputados que privatização é um prejuízo para o Rio Grande do Sul. “Isso caracteriza assédio moral contra quem trabalha para este estado. É um vergonha o que estamos passando e está cada vez mais difícil manter as contas em dia, principalmente porque parece que o Governador não está muito preocupado”, observa.

No dia 5 de setembro o Cpers convoca a todos os servidores a comparecerem em Porto Alegre para uma assembleia extraordinária.

Confira o comunicado:

Nos dias 1º e 4 de setembro, conforme decisão do Conselho Geral do CPERS, os educadores irão realizar fortes atos em frente as agências do Banrisul (POA) denunciando os ataques de Sartori e os sucessivos parcelamentos dos salários. Nestes dias, não haverá aula. Outra importante deliberação do Conselho do CPERS sobre o parcelamento dos salários foi a de que todos os (as) professores (as) e funcionários (as) de escola registrem um Boletim de Ocorrência – B.O denunciando que o governo não fez o pagamento de seus salários. O texto base foi elaborado pela Assessoria Jurídica Criminal do CPERS e encaminhado aos Núcleos. As cópias dos Boletins de Ocorrência devem ser entregues até o dia 5 de setembro, na Secretaria Geral do CPERS. Além disso, no dia 5 de setembro, às 9h30min, os educadores realizarão Assembleia Geral, na Praça da Matriz, para definirem os rumos da mobilização da categoria.