Apaixonado pelo serviço público, Osmar dos Santos, é lembrado com carinho por quem conviveu com ele durante os seus 65 anos de vida. Desses, 48 foram dedicados à prefeitura. Em vídeo gravado para a série “A cara de Bento”, ele diz que enquanto Deus o desse vida, saúde e um cérebro lúcido, ele gostaria de continuar trabalhando. E assim foi. Ele faleceu na sexta-feira, 6.

Com problema renal e no coração, até o dia antes de ser internado no Hospital Tacchini, Osmar trabalhou. Colega dele por 20 anos, o engenheiro civil Cláudio Rossatto, relata que é difícil chegar no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ipurb) e ver a cadeira dele vazia. “Fica uma tristeza, um vazio. Ele estava sempre brincando. Era um super profissional, quando precisava de algo, ele sempre ajudava”, declara.

Rossatto lembra que quando começou sua carreira no Ipurb, Osmar já estava lá. “Não é uma pessoa de passagem. Era parceiro, teve uma época que eu era diretor, sempre que precisava, ele ia trabalhar. Ele gostava da prefeitura, era a vida dele. Desempenhava sua função com amor e não por obrigação”, recorda.

Referência para os irmãos

Iara de Fátima dos Santos Sanches, 59 anos, lembra com carinho do irmão mais velho que ficou responsável pelos menores após o falecimento do pai. Ela diz que desde de criança ele ajuda nos afazeres da casa e no sustento da família. “Como a gente era em cinco e só o pai trabalhava, ele saia vender coisas na rua”, afirma.

Na adolescência, a irmã recorda que ele gostava de jogar futebol. Com o tempo, foi deixando a bola de lado, mas a paixão ficou viva no seu amor pelo Internacional. Mas nada era mais forte que a dedicação ao serviço público. A grande inspiração de sua vida foi o pai, que também era funcionário da prefeitura e faleceu em um acidente de trabalho. Segundo Iara, o desejo de Osmar era morrer trabalhando. “Os dias que passou no hospital, ele dizia que queria ir para casa, pedia para trabalhar”, lembra.

Mas é a alegria dele que a irmã vai guardar sempre na memória. “Ele gostava de fazer brincadeiras. Lembro dele com as gargalhadas que dava”, afirma. Iara também conta que com o tempo ele foi se desligando da vida social e passou a conviver mais com a sua família, fazendo churrasco aos finais de semana. “Fica o sentimento de gratidão pelo que ele fez por todos nós e tristeza, porque a gente acha que ele era muito jovem para ter partido assim de repente”, finaliza. Osmar deixa a esposa, dois filhos e as netas.