Transcende ao entendimento até mesmo dos mais fanático dos adesistas de políticos e seus partidos. Duvido que alguém, de sã consciência, entenda e aceite o que tem sido feito pelos nossos “ilustres representantes” dos poderes executivos (federal, estaduais e municipais), legislativos (idem) e do judiciário. Até os lambaris do Rio das Antas sabem que a esmagadora maioria dos municípios, estados e a própria União estão vivendo momentos de dificuldades enormes. Fazem manobras contábeis, verdadeiras ginásticas, para poderem “fechar” suas contas, inclusive reduzindo impostos, taxas, tributos, enfim, e, mesmo, “perdoando” multas e juros visando angariar fundos para saldar as dívidas mais prementes. Para quem se beneficia dessas “bondades”, ótimo, mas para quem pagou suas obrigações dentro dos prazos isso tudo soa mal. O problema é que existem impostos cujas alíquotas e valores ultrapassam não só a capacidade das pessoas de os pagarem como o do próprio limite do bom senso, do tolerável. Sobre esses impostos farei abordagem oportunamente. Mas, retornando aos “trenzinhos da alegria”, ainda há milhões de pessoas tentando entender como UM ÚNICO homem, membro do Supremo Tribunal Federal, pode ter poderes tão gigantescos ao ponto de “arranjar” uma conta bilionária para todo o povo brasileiro pagar: o tal de “auxílio moradia”, cujo valor é superior ao limite da aposentadoria do INSS paga aos mortais comuns que tenham contribuído durante TRINTA E CINCO ANOS. E o “benefício” é pago inclusive a quem tem moradia própria ou já está aposentado pelo valor integral. Não satisfeitos, concedem-se aumento salarial catapultando seus ganhos de 29 mil para 35 mil reais mensais (que será, claro, referendado pelo Congresso Nacional, já que os interessa diretamente pela “isonomia”), valor que raríssimos brasileiros conseguem ganhar num ano. Depois disso, ainda somos forçados a ver deputados estaduais do Rio Grande do Sul criando sua aposentadoria, obviamente com o maior valor sendo pago pelo povo. Pior de tudo é que inventaram “aposentadoria proporcional” (que pode ser obtida após apenas DOIS mandatos, ou seja, oito anos) cujo valor é semelhante ao limite da concedida pelo INSS. Ah, sim, e depois pode ser transformada em pensão para familiares. Vai passar batido, porque o atual governador não terá coragem para vetar essa excrescência. Terminou? Claro que não! Nossos mui leais e valorosos parlamentares estão votando, agora, generosos aumentos salariais para a presidência, vice, governadores, prefeitos, secretários, etc. E OBVIAMENTE, aumento de seus próprios salários. Trenzinho? Não, é uma “locomotiva de bondades autoconcedidas” que, desgovernada, marcha célere contra o bolso do povo brasileiro. E segue a “crise moral, ética e seletiva” brasileira. Se há “golpe” em andamento, certamente não é comunista ou socialista. Isso tem outro nome.