Após a Revolução Farroupilha a política, no Rio Grande do Sul, caiu numa apatia profunda. Os liberais, sobretudo, cansados da prolongada luta se desinteressaram pelos governos que a Corte mandava à Província de São Pedro do Rio Grande do Sul.

No entanto, por volta de 1860, surgia um líder que, por sua eloquência e prestígio, fazia ressurgir o partido liberal e capitalizava ao seu redor o que restava das tradições farroupilhas. Era GASPAR SILVEIRA MARTINS.

Aos poucos o partido conservador se reduzia. E Silveira Martins, com o máximo de prestígio na Corte, controlava as eleições,  nomeava os chefes de Polícia e da Guarda Nacional, distribuía títulos no Exército, enfim, controlava a máquina política da Província RS.

Foi neste contexto que um grupo de jovens, da Faculdade de Direito de São Paulo, fundava o Partido Republicano, que não obstante a campanha intensiva, mal conseguia no fim do Império e, ainda com o apoio do Partido Conservador, eleger um representante na Assembleia Provincial RS: ASSIS BRASIL.

Este pequeno grupo foi guindado ao poder com o golpe Republicano de 15 de novembro de 1889 e iria desmontar a máquina política de Silveira Martins.

Recebia de imediato a adesão, quase unânime, dos conservadores, desgostosos com o Império pela derrubada de seu partido com a ascensão do Visconde de Ouro Preto, o último Ministério Imperial. Para se sustentarem precisavam de uma figura de projeção e apelaram para o General José Antônio Corrêa da Câmara, o Visconde de Pelotas, que havia adquirido grande prestígio na Guerra do Paraguai e na questão militar. Foi nomeado presidente do Estado, mas o secretariado era todo do grupo dos jovens Republicanos, liderado pelo jovem Júlio de Castilhos.

Travou-se violenta polêmica jornalística entre A Federação, jornal Republicano, e A Reforma, jornal liberal, porque “timbravam os republicanos em sublinhar sua condição de triunfadores e não queriam os gasparistas (de Gaspar S. Martins) considerar-se vencidos.”

O General Câmara procurou fazer um governo de conciliação. Mas, de formação monárquica, não houve possibilidade de entendimento com os republicanos. Uma simples nomeação de um funcionário da alfândega, não aceita pelos republicanos e que o General Câmara sustentou, fez com que o secretariado renunciasse. Logo após, renunciava também o General Câmara, seguindo-se, em pouco mais de um ano, nada menos de cinco presidentes, mas, por trás manobrava o Partido Republicano liderado por Júlio de Castilhos que foi impiedosa e sistematicamente demolindo a máquina politica da monarquia, com derrubada e a colocação de elementos de confiança nos postos chaves, fomentando ódios e ressentimentos.