Cada vez mais, especialistas do mundo todo vêm falando sobre a importância dos primeiros mil dias de vida do bebê – que incluem os nove meses de gestação e os dois anos após o nascimento. Tomar os devidos cuidados nessa fase é fundamental para que a criança cresça de forma saudável durante a infância, a adolescência e até a vida adulta.

Planejar a gravidez

Ao planejar uma gravidez, a mulher deve fazer uma série de mudanças em seu estilo de vida. Isso inclui abandonar certos hábitos como fumar, ingerir bebidas alcoólicas e comer alimentos industrializados, gordurosos e cheios de açúcar, e adotar outros, a exemplo de uma alimentação balanceada e a prática de atividade física. Vale lembrar, é claro, que tudo isso deve ser feito sob a orientação de um médico. Outra medida importante é a suplementação de nutrientes que estejam em falta no organismo da futura mamãe. Nesse caso, o principal é o ácido fólico, vitamina do complexo B que participa, já nas primeiras semanas de gravidez, da formação do tubo neural do feto – e que a maioria das mulheres não apresenta em doses adequadas. O consumo desse nutriente deve começar no mínimo 30 dias antes de engravidar. No entanto, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que isso aconteça entre 60 e 90 dias antes da gestação.

Alimentar-se bem durante a gestação

Ter uma alimentação equilibrada se torna ainda mais importante durante os nove meses em que o bebê está na barriga. Entre os nutrientes que não podem faltar no prato da gestante estão ferro, vitamina C, cálcio, ômega-3 e fibras. Comer de forma correta também é a melhor maneira de garantir que a futura mamãe ganhe peso de forma adequada – isto é, nem muito nem pouco. Mulheres que comem demais estão propensas a desenvolver diabetes, por exemplo, o que oferece riscos ao bebê. Por outro lado, aquelas que fazem dietas excessivas na gestação podem deixar de oferecer nutrientes importantes ao pequeno.

Vacinar-se

Manter a carteira de vacinação em dia é outra atitude que não pode faltar na lista de uma mãe que se preocupa com o seu filhote. Isso porque, ao se imunizar, a grávida passa os anticorpos para o bebê, protegendo-o por tabela. As vacinas recomendadas na gestação são: influenza, hepatite B e a tríplice bacteriana acelular do tipo adulto, que combate difteria, tétano e coqueluche. Após o nascimento do pequeno, garanta que ele siga o calendário de vacinação.

Amamentar

O aleitamento materno protege o bebê contra infecções, diarreia, obesidade… É benefício que não acaba mais! A recomendação da OMS é que a amamentação seja exclusiva até os 6 meses de vida e que permaneça até, no mínimo, os 2 anos – mesmo com a alimentação complementar. Quanto mais a criança mama no peito, melhor será o desenvolvimento cognitivo e a imunidade dela. No entanto, boa parte das mães não tem o suporte necessário (do parceiro ou da família) ou conhecimento suficiente para que a amamentação ocorra de forma correta. A mulher deve saber como o leite é produzido, como se faz a pega. Portanto, fazer cursos e buscar ajuda de pessoas que já passaram por isso são ótimas escolhas.

Cuidar do sono do pequeno

Dormir bem é algo muito positivo para os bebês. Afinal, é por meio do sono que hormônios e células responsáveis pela manutenção do organismo são produzidos e que a memória é consolidada. Estudos já demonstraram que crianças que dormem pouco estão mais sujeitas a males como ansiedade, depressão e agressividade no futuro. Para isso, é importante que os pequenos descansem a quantidade de tempo necessária para a sua faixa etária. É impossível estabelecer uma rotina antes dos 6 meses de vida, porque o cérebro do bebê ainda está muito imaturo. Para ter ideia, até os 4 meses, ainda não há produção de melatonina, hormônio que induz o sono. A criança ainda não sabe o que é dia e o que é noite. Daí porque tentar controlar os horários que o bebê dorme nessa fase é difícil, além de ser prejudicial ao desenvolvimento do pequeno.

Brincar com o bebê

Sentar no chão e brincar com o seu bebê é mais importante do que você imagina. Além de estimular a criatividade e o desenvolvimento cognitivo, as brincadeiras promovem a interação da família, de modo que a criança se sinta mais segura e amada. E não pense que isso inclui colocar o pequeno em frente a uma televisão – esse tipo de atividade apenas distrai. Brinquedos e atividades simples já dão conta do recado – e são muito mais divertidos!

Desenvolver o paladar

Durante a introdução de alimentos diferentes do leite materno, é importante variar, ao máximo, a oferta de sabores aos bebês – sempre respeitando, é claro, os itens indicados para crianças menores de 1 ano. Por isso, ofereça frutas, verduras, legumes, temperos naturais em diferentes preparações. E nem é preciso dizer que itens cheios de açúcar, gordura e sódio devem passar longe do prato do pequeno. Além disso, não se esqueça de que a família deve ser exemplo. Se você quer que o seu filho coma frutas, então consuma esses alimentos na frente dele.

Incentivar a fala correta

É normal que os pais falem de um modo diferente com bebês. A fala pausada é até benéfica para aqueles que ainda não estão na fase de pronunciar as primeiras palavras. No entanto, conforme os pequenos vão crescendo, estimular a fala correta é importante. Isso pode ser feito, por exemplo, evitando adivinhar o que a criança quer dizer. Se ela apontar para um objeto, tente fazê-la repetir o nome. Conversar com o pequeno, cantar músicas e ensinar palavras novas também são boas dicas.

Fonte: mdemulher.abril.com.br