Em tempos de culto ao corpo, associado à chegada do verão, as academias ficam lotadas.O número de pessoas que decidem largar o sedentarismo por conta própria não é pequeno. Segundo dados de uma pesquisa encabeçada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, um em cada sete paulistas praticam atividade física sem orientação de um profissional especializado.

A busca pelo corpo desejado, ou mesmo apenas uma melhor qualidade de vida, é assunto corriqueiro no nosso dia a dia, mas pensar apenas nos resultados pode trazer mais problemas do que soluções. É preciso entender o processo como um todo e uma parte fundamental do sistema passa pela ajuda de um profissional qualificado.Treinar em uma academia sem nenhum tipo de instrução, além de não render os resultados desejados, pode ser perigoso. Por esse motivo, os contratos das academias devem prever suas obrigações quanto a isso. No entanto, muitas vezes, eles se limitam a tratar das obrigações do consumidor.

O que fazer: o aluno deve exigir a presença de um instrutor durante seus treinos.

O profissional de educação física tem um conhecimento de áreas especificas para atuação no treinamento corporal, como anatomia humana, fisiologia humana e fisiologia do exercício, biomecânica, treinamento desportivo, musculação, ginástica em academia, ginástica especial e corretiva, entre outras. E na hora de prescrever o treinamento de um aluno, este profissional utiliza todos estes conhecimentos para ajudar este aluno a atingir seus objetivos específicos, de forma segura e objetiva.

Quem se passa por profissional de Educação Física sem a devida formação e registro junto ao conselho regional de educação física, pode estar cometendo o crime de falsidade ideológica.

Todo exercício deve ser monitorado de perto pelos instrutores, principalmente em casos de pessoas que não estão acostumadas com os treinos. Para quem já treina há muito tempo o risco é menor de se machucar durante o treino, mas muitos alunos tendem a aumentar o peso usado no exercício com o tempo, o que acaba tornando o movimento mais arriscado.

Você passa à correr riscos que vão dos mais simples aos mais complexos. O mínimo no sentido de não se obter os resultados esperados ao se ingressar numa academia, até de lesões permanentes e recorrentes, como lesão no músculo cardíaco devido aos abusos e falta de conhecimento do falso treinador ou até problemas articulares e de coluna como hérnias de disco e desgastes de cartilagem.

“A dica é que as pessoas nunca deixem que o valor de uma academia se sobreponha à sua segurança. Existem muitas academias do tipo low cost (baixo custo) que em horários de pico os alunos ficam totalmente sem acompanhamento e isso não é aconselhável, nem mesmo para os mais acostumados em fazer exercícios”.

Dr. Orlando Righesso Neto