Estou aqui a pensar com meus botões, como diria um português ao se debruçar sobre seus pensamentos. Eu não entendo o PMDB, nem o PMDB local, nem o PMDB estadual e nem o PMDB federal. Olho para os meus botões e chego à conclusão que penso, logo existo, mas não entendo. O PMDB local, que tem o maior contingente eleitoral, é perito em ganhar eleições, mas é perito também em perdê-las. No momento atual, como coligante do PP, o PMDB está no governo, mas não é governo. No entanto pensa sê-lo. Embora o partido não dialogue como um todo para convergir suas correntes de pensamento, o que se vê são três candidatos em potencial para concorrer à prefeitura e que estão trabalhando para isso. O presidente do partido César Gabardo se mobiliza, e muito, neste sentido, o ex-prefeito Alcindo Gabrielli, que é intenso em contatos políticos, e o ex-prefeito Aido José Bertuol, que embora negue, não desgruda do prefeito Guilherme Pasin como a demonstrar que quer mais a não ser que esteja desempenhando uma espécie de presidente do PMDB (de direito é Gabbardo), figura que não lhe cai bem. Talvez esteja havendo no PMDB uma aposta na fragilidade do governo Pasin, porque, em havendo realmente a intenção de disputar a prefeitura, o PMDB terá que estar unido como esteve quando de vitórias memoráveis. No momento, prefeituráveis são, naturalmente, o prefeito Pasin (PP), César Gabardo, Alcindo Gabrielli, Aido José Bertuol (PMDB). Evandro Speranza, e Valdecir Rubbo (PDT). O ex-prefeito Roberto Lunelli e o Vereador Moacir Camerini (PT). O PDT não vai aliar-se a Pasin, o PMDB talvez continue aliado a Pasin, e o PT jamais vai aliar-se a Pasin. Em assim sendo, olho para o meu primeiro botão da camisa e fico a pensar: o que Bento pode esperar no futuro? Faço um “bilu bilu” para o meu primeiro botão e vou para o próximo.

O segundo botão

Eu não entendo o PMDB do estado, muito menos o governador José Ivo Sartori. O PMDB vem de duas vitórias históricas para o Governo do Estado. A de Rigotto e , agora, a de Sartori. Rigotto amorcegou, amorcegou, e perdeu para Ieda Vargas que, por sua vez, perdeu para Tarso que, por sua vez, perdeu para Sartori. E o que faz agora o PMDB de Sartori? Depois de aprovar e se calar com os aumentos dos deputados, de suas diárias, agora se cala diante do “choramingo” do governador diante de suas dificuldades que determinaram a redução dos investimentos e, agora, o parcelamento dos salários dos servidores, não se fala em parcelamento dos salários dos deputados. Está o Governador a apostar em que o povo entenda a forma com que conduz a gestão dos interesses do estado ou estará o governador provocando uma ressonância tão negativa, eu diria até irrecuperável, que vai colocar por terra tentativa de sucesso futuro do partido em termos de pretensão ao Governo do Estado? Como a base do governo na Assembleia está quieta é presumível que esteja apoiando as ações do governador na base de que “o que não tem solução, solucionado está”. E o povo, esse é apenas um detalhe? Que continue fazendo polenta nas crateras do asfalto e deu?

O terceiro botão

O primeiro botão da camisa fica sempre aberto, com ele fechado só de gravata. Com o segundo botão aberto, é esportivo. Com o terceiro botão aberto, aí aparece o umbigo, é imoral. O PMDB é o partido do primeiro, do segundo, e do terceiro botão aberto. Vejam bem, está coligado com Dilma, se apega aos cargos e afunda junto com a Presidenta amargando os 7% de aprovação. Vocês já ouviram o PMDB assumir a culpa junto com Dilma? Vocês já ouviram o PMDB dizendo que vai disputar a Presidência da República? Vocês já ouviram o PMDB apresentar um Plano Econômico de recuperação do Brasil? Vocês já ouviram alguém do PMDB aplaudir o Juiz Moro e a ação da polícia federal, como está fazendo todo o povo brasileiro? Vocês já ouviram o PMDB assumir que é tão responsável, ou mais, do que Dilma, pela situação que o Brasil atravessa? Não. O que se vê é o vice Michel Temmer ziguezagueando pra cá e pra lá, sem ter nada a dizer, nada assumindo, tudo defendendo no que diz respeito a benesses e fisiologismo. O povo? Bem o povo é um simples detalhe. Se depender do fisiologista PMDB vai continuar oprimido e sofrendo. Não há nada mais deplorável neste país do que coligações. Devo abrir mais um botão? Em tempo: buá, buá, não fui campeão da Libertadores. Tudo por causa do Aguirre, quando vi a escalação já esperava pelo pior, não doeu tanto, fomos longe demais.