Os imigrantes que nos fins do século XIX apontaram no sul do Brasil, já vinham acostumados a não terem quase nenhuma assistência de saúde. Na viajem de vapor viram tanta gente morrer por não terem quem os socorressem. O problema, qual sombra agurenta, os acompanhou na nova Pátria. Quando chegaram ao destino não encontraram uma infra-estrutura adequada para recebe-los, estradas, pontes, casa, igrejas com sacerdotes, hospitais com médicos e enfermeiras, escolas com professores, casas de comércio, etc. Em geral, os médicos foram os últimos a chegar, uns 20 ou 30 anos depois. Mal os imigrantes tinham se alojado nos superlotados barracões, fora acometidos por uma epidemia que vitimou em poucos dias mais de 400 pessoas.

São Paulo ensina que uns receberam da parte de Deus ” o dom das curas” ( 1 cor. 12,9 ), e assim em toda parte, a necessidade forçou o surgimento de certos homens e senhoras com dotes para curar. A prática constante os foi aprimorando. Esses médicos, formados na faculdade da experiência, faziam verdadeiros milagres de restabelecimentos.

Existiam curandeiros que, em contato com índios, aprenderam a preparar remédios caseiros. Os frequentes casos de traumatismo eram resolvidos por excelentes “giusta-ossi” (arrumadores de ossos), os traumatologistas práticos. Eles igualmente corrigiam os “maus jeitos”, as luxações das juntas e dos tendões deslocados. Muitos doentes, impulsionado pela fé, que também cura, iam procurar os sacerdotes, implorando bênçãos de saúde. Não faltaram, outrossim, os benzedores que, pela sugestão também realizavam curas.

Uns poucos possuíam, estudavam e aplicavam os ensinamentos do padre alemão Sebastião Kneip, no livro A minha cura pela água. Era hidroterapia, com banhos quentes de vapor. Quem tinha uma tal obra científica e tenta pôr tudo em prática, era respeitado e considerado um médico em miniatura. Os imigrantes, poucos instuídos , chamavam o livro “el kanaipa”.

Os partos, por sinal muito frequentes, eram atendidos por senhoras, formadas na faculdade da necessidade, e, como vale mais prática do que gramática, em geral tudo findava bem.

Em todas as colônias, alguns meses antes de terminar a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), a começar pela Espanha, de onde lhe veio o nome “espanhola”, com o rastilho de pólvora, alastrou-se por todo o mundo uma gripe transmitida pelos ratos e que produziu mais vitimas do que a própria guerra.
O que preservou muitos colonos de adoecerem foi a água, o ar e os alimentos puros; muito oxigênio produzido pelas vastas matas, o isolamento e os bons costumes…
“E hoje, quem cuida da saúde, do meio ambiente e tudo o que nos cerca no mundo moderno???”