O primeiro passo para começar a correr é investir na caminhada. Andar é essencial para preparar o corpo de quem deseja apertar o ritmo depois. Mas aquela história de que a corrida sempre promoverá mais benefícios do que a caminhada não faz sentido, inclusive porque são práticas distintas, da intensidade à própria mecânica dos movimentos.

Corrida

Perder (e manter) peso: Corredores emagrecem com facilidade extra e conseguem se manter em forma por anos a fio. E não apenas graças ao alto gasto calórico que a intensidade elevada propicia. Além da queima de gordura, esse esporte acarreta mais saciedade, porque regula melhor os hormônios que diminuem o apetite.
Desenvolver os músculos: manter-se em alta velocidade demanda bastante da musculatura das pernas, do abdômen e até das costas e braços. A corrida, ao longo do tempo, fortalece essas regiões e aprimora a resistência física.

Blindar os olhos: tanto a corrida como a caminhada evitam o surgimento da catarata. Contudo, ao falarmos da prevenção contra o glaucoma, distúrbio que lesa o nervo óptico, modalidades mais cansativas são mais eficazes. Em um trabalho que conduzimos com 15 voluntários em forma, treinos fortes abaixaram mais a pressão intraocular, principal fator de risco para o problema.

Garantir um bom sono: em sedentários, por exemplo, até passos vagarosos incitam a produção de hormônios como a endorfina, que relaxam o corpo e melhoram a qualidade das horas sob os lençóis. Mas, conforme a pessoa evolui no treino, o indicado é elevar a intensidade, partindo para a corrida. Ela liberaria maiores quantidades dessas substâncias em quem está preparado fisicamente.

Trazer alegria: a endorfina também possui papel fundamental nesse estado de humor. Isso porque é umas das moléculas responsáveis por gerar aquela sensação de prazer depois de suarmos a camisa. E ela é ainda mais produzida quando a carga de exercícios é maior, como ao corrermos.

Caminhada

Proteger o coração: nas pesquisas, notou-se que a taxa de colesterol, assim como o risco de sofrer com diabete, hipertensão e infarto, era reduzida igualmente entre os voluntários que corriam e os que marchavam. Mas a caminhada exige menos do coração, o que a deixa mais segura para amadores e sobretudo para quem acabou de sair do sedentarismo. Vale ressaltar que os resultados apontados nos estudos se referem a corredores e caminhantes que gastavam quantidades similares de energia. Ou seja, quem andava precisava se exercitar por mais tempo.

Fortificar os ossos: o impacto das passadas estimula a produção de massa óssea. O impacto da caminhada fomenta a reciclagem adequada dos ossos, com a vantagem de causar menos fraturas por estresse do que a corrida. Andar chega a ser recomendado até para quem já sofre com osteoporose, de acordo com o estágio da doença.

Evitar lesões: a rapidez e os gestos típicos de quem pratica corrida culminam em sobrecarga, que pode gerar contusões em quem está despreparado. Para chegar a tal conclusão, uma educadora física pôs 11 homens para correr devagar e, depois, para caminhar aceleradamente. Resultado: o movimento do trote, por si, castigava mais as articulações. Para acelerar, portanto, é preciso um trabalho prévio de fortalecimento, porque os músculos amortecem o choque.

Turbinar o sistema imune: práticas leves ou moderadas aperfeiçoam a função das células de defesa diante dos micróbios. Por sua vez, após exercícios mais intensos, a exemplo da corrida, há diminuição do trabalho de neutrófilos, unidades do sistema imunológico.

Fonte: mdemulher.abril.com.br