O anúncio da liberação de R$ 50 milhões por parte do governo federal para obras de mobilidade urbana em Bento Gonçalves abre a porta para que uma onda de boas notícias comecem a chegar ao município. Com estes recursos, o poder público vai ter condições de resolver sérios problemas ligados à infraestrutura e ao tráfego de veículos. Problemas históricos e crônicos, que tornam a mobilidade na cidade um emaranhado de soluções paliativas que lembram aquela surrada história do cobertor curto: se tapam a cabeça, descobrem os pés. E vice-versa.

Portanto, a chegada de recursos importantes para viabilizar obras viárias projetadas pelo governo anterior, mas não viabilizadas até agora – a maioria das obras estava contemplada naquela solicitação de financiamento de R$ 107 milhões anunciada em agosto do ano de 2011 – pode ser considerada a chamada luz no fim do túnel para um município que fechou o ano com uma crise pública nunca antes vista e que precisava de um alento para que a autoestima da comunidade bento-gonçalvense retomasse o seu prumo. Mais que isso, os corredores viários, novas ruas e viadutos projetados irão preparar a cidade para acompanhar um novo crescimento.

O prefeito Guilherme Pasin vai ter a chance de colocar em prática um projeto elaborado pelo seu antecessor, Roberto Lunelli, e, evidentemente, mesmo que dê os devidos créditos ao ex-prefeito, lucrará politicamente. Felizmente, nota-se que, pelo menos no caso dos projetos de mobilidade urbana, a continuidade daquilo que estava dando certo deve acontecer. Mostra-se aí que realmente os interesses da cidade estão acima das siglas partidárias e dos interesses individuais. Ponto para Pasin.

Os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento – parte 2 vão auxiliar Bento Gonçalves a ter ganhos significativos em diversas áreas já quando as primeiras obras forem concluídas. O tão sonhado corredor moveleiro, que irá permitir a ligação de 10,5 quilômetros de estradas e evitar que o transporte de carga tenha que utilizar a área central, deve ser um dos primeiros benefícios sentidos pela comunidade. A construção de viadutos em pontos estratégicos da cidade, solução utilizada pela vizinha Caxias do Sul há décadas, também deve ser utilizada pelo Poder Público. Além disso, obras  cirúrgicas, como a ligação entre a avenida Castelo Branco com a rua Assis Brasil, retirando-se a escadaria, são fundamentais para a ligação entre áreas fundamentais da cidade.

Seria ingenuidade apostar que todos os problemas de mobilidade de Bento sejam resolvidos com a liberação de R$ 50 milhões, longe disso. Mas o anúncio da chegada deste recurso nos permite vislumbrar uma nova fotografia da cidade a médio prazo.
A Capital do Vinho precisa passar por uma modernização e estas primeiras obras servirão como um passo importante nessa longa e desafiadora caminhada que é mudar a estrutura física de um município.