Uma das minhas características para escrever ou falar é, antes de qualquer coisa, buscar informações. Acho babaquice dizer algo e, depois, ver que, estando errado, teria que me retratar, pedir desculpas pela “falha nossa”. Assim, pesquiso, leio, estudo, analiso muito antes de emitir opiniões, por respeitar meus leitores e telespectadores. Entretanto, mesmo assim, visando não cometer erros, sempre coloco à disposição meus espaços para que qualquer pessoa possa contestar, divergir, concordar, criticar, elogiar, enfim emitir sua própria opinião. E entendo que isso é dever, obrigação de qualquer pessoa que emita opiniões publicamente. Por isso é que exijo que meu e-mail conste em todas as colunas que escrevo. Assim, podem utilizá-lo para contatar comigo. Meus espaços, repito, estão à disposição. Utilize-os, se quiser.

A gasolina está cara?
Depois deste novo aumento da gasolina – 6% – se ouviu muitos comentários do tipo “que absurdo”, “gasolina está cara”, “é a mais cara do mundo”, etc. Como eu já havia dito que achava a gasolina barata, resolvi pesquisar. Encontrei os seguintes números, que podem muito bem fornecer elementos comparativos. Em 1997, com um salário mínimo se pagava 127 litros de gasolina; em 2002, o salário mínimo comprava 97 litros, 24% menos. Se compararmos com 2015, antes do atual aumento, vemos que daria para comprar 238 litros de gasolina com um SM e depois do aumento, 225 litros, ou seja, hoje se compra 131% mais gasolina com um SM do que em 2002. Tem mais…

A gasolina está cara? II
E se tomarmos percentuais de aumentos para comparar, como ficaria? Vamos lá! De 1995 a 2002 a gasolina aumentou 350%; de 2003 a 2015, já com o reajuste desta semana, o aumento foi de 55,5%. A inflação do período? De janeiro de 2003 a agosto de 2015 chegou a 117,57%, pelo que se constata que a gasolina aumentou menos da metade da inflação do período. Ah, sim, a gasolina custava, em dezembro de 2002, R$ 2,25 ao litro e em setembro de 2015, tomamos o preço de R$ 3,50 por litro.

Confira isso!
Mais números (fonte: Banco Central): a inflação de 1995 a outubro de 2002 foi de 90,8%. Já os aumentos de preços administrados pelo governo central foram assim: gasolina, 223,3%; energia elétrica, 254,1%; telefone fixo, 509,7%; gás de cozinha, 452,3%. E é bom lembrar, também, que em janeiro de 2002 o gás aumentou 18% em razão da retirada dos subsídios do governo. E temos, também, esses números: a inflação de janeiro de 1999 a outubro de 2002 foi de 33%, enquanto, no mesmo período, tivemos a gasolina aumentando 113,3%; o gás de cozinha, 149,7% e a energia elétrica residencial, 86,8%. Mas, há quem diga que os atuais aumentos são “absurdos”, “abusivos”. E no tocante à energia elétrica, tivemos apagões fantásticos no período mencionado, mesmo com tamanhos aumentos na energia elétrica.

Espaço aberto
Claro que esses números podem ser contestados por quem quiser, desde que cite a fonte e possam ser comprovados. Politicagem passa longe desta coluna por um elementar motivo: não há um único partido político dos 35 existentes (mamando no “fundo partidário” que nós pagamos) que não tenha corruptos no seu seio. Não sou seletivo em se tratando de corruptos e ladrões. Entendo que todos, literalmente todos, os corruptos deveriam ser condenados e presos. Mas, não é o que se vê. A seletividade não se dá só nos políticos e parte da população. Ela existe também entre aqueles que deveriam investigar, denunciar, julgar e punir. Está aberto, portanto, o espaço para quem quiser contestar os números que aqui coloquei. Habilite-se, se quiser e puder.