O ROTO E O RASGADO

A política brasileira está se tornando cada vez mais ridícula, absurda, de um maniqueísmo que beira a estupidez. Decidiram “denunciar” que o ex-presidente Lula estaria viajando para vários países com despesas pagas por duas empreiteiras que teriam interesse em fazer obras neles e, claro, Lula seria um excelente embaixador pelos relacionamentos que conquistou enquanto presidente. Mas, o que há de errado nisso? Lula é “ex” e não viajou com dinheiro público. Todavia, os aliados de Lula não deixaram por menos. Buscaram uma matéria da Revista Época, do Grupo Globo, onde um jantar promovido por fhc foi relatado. Nele, o ainda presidente fhc passou o chapéu entre os convidados. E eram doze “pesos pesados” do empresariado brasileiro, tais como Jorge Gerdau (Grupo Gerdau), David Feffer (Suzano), Emílio Odebrecht (Odebrecht), Luiz Nascimento (Camargo Corrêa), Pedro Piva (Klabin), Lázaro Brandão e Márcio Cypriano (Bradesco), Benjamin Steinbruch (CSN), Kati de Almeida Braga (Icatu), Ricardo do Espírito Santo (grupo Espírito Santo).

O ROTO E O RASGADO II

“O presidente Fernando Henrique Cardoso reuniu 12 dos maiores empresários do país para um jantar no Palácio da Alvorada, regado a vinho francês Château Pavie, de Saint Émilion (US$ 150 a garrafa, nos restaurantes de Brasília)”, diz a Revista Época. Continua a Época: “Embora a convocação de empresários para doar dinheiro a uma ONG pessoal possa levantar dúvidas do ponto de vista ético, a iniciativa do presidente não caracteriza uma infração legal”. Segue dizendo que “Fernando Henrique está tratando de seu futuro, e não de seu presente, diz o procurador da República Rodrigo Janot”. “O problema seria se o presidente tivesse chamado empresários ao Palácio da Alvorada para pedir doações em troca de favores e benefícios concedidos pelo atual governo.” Como se vê, Lula, ex-presidente, é criticado por receber viagens pagas por empreiteiros. O ex-presidente fhc é criticado por passar o chapéu, ainda durante o mandato, entre poderosos empresários para angariar 7,5 milhões de reais para usar na sua Fundação e para “fazer palestras no exterior”. E assim segue a vida política brasileira. O roto e o rasgado se digladiando. A grenalização transcendeu o Rio Grande do Sul e chegou à política. Eu sei quem perde: o povo, como sempre.

O DESREPEITO CONTINUA

E, pelo jeito, estamos longe, ainda, da solução. Falo do estado absurdo em que se encontra a RS-122. Agora não é mais somente no trecho entre Bom Princípio e São Vendelino. A buraqueira se estende até São Sebastião do Caí. Como já informei, conversei com pessoas ligadas ao policiamento rodoviário e eles me garantiram que, mensalmente, informam ao DAER muitas coisas sobre as rodovias, inclusive sobre os buracos, panelas e assemelhados. Não há, portanto, como o DAER não saber. Sabe, sim, mas nada faz para solucionar o problema. A coordenadoria do DAER responsável é da unidade de Esteio. Mas, Cristo!, por que alguém do DAER de Bento Gonçalves não faz alguma coisa? Por acaso não sabem? Duvido que não haja ninguém do DAER de Bento que leia minhas colunas. Acho que a extinção do DAER é DEVER do governo do Estado. Não há porque manter um órgão assim. Nesta quarta-feira, voltando de Porto Alegre à noite, tive o desprazer de ver, mais uma vez, um carro com o pneu destroçado por aquela panela. E nem vou comentar sobre a sinalização horizontal. Não vale a pena falar sobre o que não existe.

CPI QUE MERECE UMA CPI

Na semana passada assisti a um espetáculo deprimente. A Comissão Parlamentar de Inquérito que foi instalada para apurar as contas das duas últimas Fenavinho teve um final melancólico, no mínimo. O vereador Moacir Camerini, propositor da CPI, foi barrado pelos demais membros que, em sua maioria, elegeram o vereador Moisés Scussel para presidir a CPI e a vereadora Marlen Pelicioli como relatora. Camerini mostrou documentos que podem ser qualificados como inidôneos (é só ler a legislação e constatar isso), mas, mesmo assim, a maioria dos membros da CPI optou por “ignorá-los”, sabe-se lá por quais motivos. Foram ouvidos pela CPI os dois presidentes das últimas Fenavinho. Poder-se-ia qualificar tais oitivas como “sessão pastelão”, sem dúvidas. A CPI era uma excelente oportunidade para se dirimir, de uma vez por todas, as dúvidas existentes. Pois, para estupefação de todos aqueles que queriam ver tudo com clareza, eis que a relatora Marlen Pelicioli pede o fim da CPI ANTES de começarem os trabalhos. Scussel, rapidamente, colocou em votação sabendo que a maioria aprovaria o encerramento. Camerini tentou, de todas as formas, mostrar documentos irregulares que precisavam ser esclarecidos. Em vão. Alguém sabe os motivos dessa lamentável CPI ter sido instaurada? Queriam mostrar a inutilidade de se colocar vereadores para fiscalizar dinheiro público? Se foi isso, conseguiram. Com louvor. E deixaram os ex-presidentes expostos.

E POR FALAR EM CÂMARA…

Na última segunda-feira, a Câmara de Vereadores, em reunião ordinária, discutiu e votou projetos importantes. Dentre eles destaque para o que retornou a Fundação CONSEPRO parte da arrecadação da Área Azul. Havia sido aprovada uma mudança no sistema que direcionou essa receita ao CONSECOM. Conforme o projeto, o município destinará ao Fundo Municipal de Segurança Comunitária a totalidade do percentual repassado pela Zona Azul, o qual deverá repassá-lo a Fundação Consepro, que deverá utilizar, única e exclusivamente, em prol da gestão da segurança pública. Ainda de acordo com a matéria, o Consepro deverá prestar contas mensalmente ao CONSECOM e este respectivamente ao Poder Executivo do Município de Bento Gonçalves. Tudo está no seu lugar, graças a Deus.

AINDA A CÂMARA

Por outro lado, o projeto que estabelecia a realização de DUAS sessões ordinárias por semana, com dez votos contrários, o Projeto de Resolução nº 1/2013 de autoria do Vereador Moacir Camerini e coautoria do Vereador Moisés Scussel (PMDB), foi rejeitado. A votação foi nominal. Os parlamentares que votaram contrário ao projeto foram: Adelino Cainelli (PP), Adriano de Souza Nunes (PPS), Clemente Mieznikowski (PDT), Enio De Paris (PP), Gilmar Pessutto (PSDB), Leopoldo Benatti “Raquete” (PTB), Márcio Pilotti (PMDB), Marcos Barbosa (PRB), Marlen Pelicioli (PPS) e Vanderlei Santos (PP). Esse projeto me reportou ao passado. Há alguns anos, a Câmara tinha vinte e um vereadores, NÃO REMUNERADOS, e uns três ou quatro funcionários. A população girava em torno de 40, 50 mil habitantes, se tanto, incluindo-se Monte Belo, Santa Tereza e Pinto Bandeira. Hoje temos mais de CEM funcionários na Câmara e 106 mil habitantes e sem os antes distritos. A pergunta é: precisamos de tantos funcionários para uma sessão semanal?

ÚLTIMAS

Primeira: A FIMMA Brasil 2013 mais uma vez encheu de orgulho os bento-gonçalvenses. A capacidade de nossos empresários é imensa. Uma Feira Mundial que apresentou lançamentos mundiais para a indústria moveleira e da madeira;

Segunda: No último domingo – estamos em época de baixa temporada – estive no Vale dos Vinhedos. Que coisa lamentável! Um trânsito intenso de veículos numa rodovia precária, ridícula, sem as menores condições de tráfego;

Terceira: O Vale do São Francisco, onde os parreirais e as vinícolas romperam o agreste, os governantes construíram rodovias ótimas. Bem, mas lá é NORDESTE, de onde saem analfabetos;

Quarta: Só que os “analfabetos” viram políticos atuantes, que lutam pelas coisas de seus redutos. Aqui, no Rio Grande do Sul da “melhor bancada nacional”, convivemos com essas “coisas” aí que insistimos em chamar de rodovias;

Quinta: A cada dia que passa mais vigora a lei do “tô na minha, danem-se”. Bloqueiam-se ruas, calçadas, colocam-se cones ou caixas fazendo de “reserva”, tudo ao gosto de cada um;

Sexta: A presidenta Dilma já devia ter tomado uma atitude. Ela zerou os impostos federais sobre a cesta básica, só que as pesquisas efetuadas constatam que os preços AUMENTARAM. Falar em “questão de honra” é fácil. O que o povo quer é REDUÇÃO dos preços. Simples assim;

Sétima: E qual atitude Dilma deveria tomar? A óbvia, ou seja, cancelar o zeramentos dos impostos. É melhor que os valores cheguem aos cofres públicos do que ficar nos bolsos dos gananciosos;

Oitava: E por falar em preços, está cada vez mais difícil entender as razões pelas quais se paga R$ 2,72 pela gasolina aditivada em Porto Alegre e tanto mais por aqui;

Nona: Que coisa estranha acontece com o Esportivo. Jogando em casa empate ou perde. Fora de casa empilha vitórias. Isso contraria a lógica do futebol. Mas, quem disse que futebol tem lógica?

Décima: A gestão Paulo Odone prestou contas de 2012, apresentando um superávit de mais de 28 milhões de reais. Superávit não acontecia há muitos, muitos anos no Grêmio. Vou contar mais na semana que vem.