Resolvi pesquisar
Sim, já ouvi tanta coisa sobre as contas de energia elétrica, muitas desencontradas, que resolvi conferir a MINHA CONTA. Rebusquei os arquivos de contas pagas e separei várias contas de energia da RGE. Para ter mais elementos (contas) para avaliar melhor, busquei algumas antigas, de antes dessa coisa toda de estiagem, de usinas termelétricas, etc. As comparações só podem ser confiáveis se feitas com os mesmos critérios. Adotei, então, o mais simples: dividir o valor total da conta pelo número de kWh consumidos, com o que teria o valor do kWh que paguei. Correto, né? Comecei com a conta paga em 2 de maio de 2007. O valor do KWh foi de R$ 0,49928 (é assim que o valor está apresentado, cinco casas depois da vírgula); a conta paga em 01/06/2007 foi R$ 0,48465 por kWh; a conta paga mais de quatro anos depois, ou seja, em 01/12/2011, o valor por kWh foi de R$ 0,60450.

Continuei…
A conta que paguei em 01/02/2012 teve um custo por kWh de R$ 0,59804 (pois é, um pouco mais baixo o valor do que o de dois meses antes e o consumo de kWh foi quase igual); em 03/12/2012 o valor que paguei por kWh foi de R$ 0,61574; Pois UM ANO DEPOIS, em 02 de dezembro de 2013 o preço que paguei por kWh foi de R$ 0,41625, beeeeeeemmmm menos, portanto; em 01/10/2013 o valor estava em R$ 0,41685; já no dia 02 de junho de 2014 o valor que paguei foi de R$ 0,42081 por kWh. Bem, a partir daí começaram a dizer que a conta de energia elétrica iria disparar e que todo o povo brasileiro pagaria a conta salgada, em razão do alto custo de geração. Sim, a falta de chuvas na região sudeste – essa mesma estiagem que deixa os paulistas sem água até para lavar os pés e com o tal de “volume morto” das barragens de São Paulo – deixou as hidrelétricas sem possibilidade de atender a demanda e forçando o funcionamento das usinas termelétricas, cuja geração é bem mais cara. Esperei uma paulada fantástica na conta de luz nos meses subsequentes.

… Mais um pouco…
Pois é, aí verifiquei a conta paga em 01/07/2014 e constatei que o valor do kWh foi de R$ 0,41572… Sim, MENOR do que o do mês anterior. Continuei com a conta de 01/08/2014 e ali estava o valor de R$ 0,45989 por kWh, ou seja, 10,6% mais caro; pulei para a conta de 01/10/2014 e o valor que paguei foi de R$ 0,51689, com mais 12,4% de aumento. Sem precisar consultar qualquer professor de matemática para me auxiliar, vi que minha conta de OUTUBRO DE 2014 ainda tem o kilowatt (ou quilowatt) hora MENOR que o de DEZEMBRO DE 2012, em apreciáveis 19%, ou seja, a “paulada” que recebi foi MENOR do que era DOIS ANOS ANTES. Como não estou entendendo o que está acontecendo, peço aos prezados leitores que verifiquem suas contas, confiram os números e valores e, se puderem, enviem para o meu e-mail os valores que encontraram.

O que é caro?
Bem, de qualquer forma, devo repetir o que já escrevi aqui. Nós, consumidores, temos que decidir o que é caro, mesmo: se é pagarmos MAIS e termos energia disponível ou ficarmos SEM energia, como já aconteceu na década de 90, não raramente. Lembro os apagões que aconteceram, racionamentos de energia elétrica em larga escala. Após uma década sem investimentos na geração e distribuição de energia elétrica, um racionamento teve que ser elaborado às pressas na passagem de 2000 para 2001. Foram estipulados benefícios para os consumidores que cumprissem a meta de cortar 20% do consumo de energia e punições para quem não conseguisse atingir essa meta. Lembro-me bem disso. Entre o fim de 1997 e o início de 1998, a rede sobrecarregada da Light fez os cariocas viverem o chamado “verão do apagão”. Como se pode constatar, temos, sim, que elaborar planos B, C, D, E, ou seja, investir bem mais em energia eólica e solar. Ou, então, torcer para que chova muito, sempre.

Inacreditável!!
Segunda-feira, dia 29, retornei de compromisso em Porto Alegre. Saí de lá por volta de 23h15m. Havia uma leve garoa, pista molhada, isso aliado aos faróis altos que campeiam soltos por nossas rodovias, sob o olhar complacente das “autoridades competentes”, tudo compondo um cenário propício a acidentes, razão pela qual dirigir com todo o cuidado ainda é pouco. Mas, o pior estava por vir. Próximo a São Vendelino, depois de passar pelo breu existente no asfalto NÃO SINALIZADO antes e depois do posto da polícia rodoviária, já dava para pressentir o que me esperava, já que ali havia alguma neblina. Entrei na RS-446 e logo depois de São Vendelino a neblina ficou densa. Em alguns trechos ainda havia sinalização horizontal. Mas, quando iniciei a subida da serra, o caos foi total.

Inacreditável!! II
Pois é, com uma neblina que não permitia se enxergar UM METRO à frente do carro, comecei a rezar. Sim, rezar, porque nada mais havia a ser feito senão rodar a 10 km/h, tentando não sair da pista (sai dela em determinado momento) e evitar um acidente. Estava escancarada ali a FALTA DE RESPEITO, DE CONSIDERAÇÃO das “autoridades competentes” para com os usuários daquele CAOS chamado de RODOVIA. Esses usuários são os que PAGAM OS SALÁRIOS daqueles que têm o dever, a OBRIGAÇÃO de deixar a rodovia SINALIZADA ADEQUADAMENTE, ANTES DE ENTREGÁ-LA AO TRÂNSITO, conforme preconiza o artigo 88 do Código de Trânsito Brasileiro. A solução para isso seria OBRIGAR os responsáveis pela sinalização a transitarem com sua família – mulher, filhos, mãe e sogra – nessas rodovias nas condições em que muitos transitaram segunda-feira à noite. Certamente tomariam vergonha na cara e mandariam sinalizar a rodovia. No mínimo!