O que era

O ano de 2014 se tem notabilizado pelas coisas “estranhas” que estão acontecendo. Iniciaram em 2013, com alguma lógica. Depois, a coisa descambou para o lado político-partidário. Sim, eu entendo assim e explico. Estamos num ano em que o mundo todo vira seus olhos para o Brasil, organizador da Copa do Mundo, o maior evento esportivo do planeta. Esse momento deveria ser aproveitado para destacar o que temos de bom por aqui. Cresci ouvindo dizer que, no exterior, pensavam que aqui só havia índios, carnaval e futebol. Entrevistados lá fora chegaram ao cúmulo – eu ouvi – de dizer que a capital do Brasil era Bueno Aires. O “complexo de vira-latas”, tão bem descrito por Nelson Rodrigues, espalhou-se pelos quatro cantos. Mas, era isso mesmo? Nada poderia ser feito para mudar esses conceitos?

Mudamos

Veio a Copa do Mundo de 1958. O Brasil a conquistou, revelando ao mundo aquele que viria a ser o “atleta do século” e o maior jogador de futebol de todos os tempos: Pelé! O futebol começou a resgatar a autoestima dos brasileiros. Isso é inquestionável. Depois, com o bi de 1962, mesmo sem Pelé, lesionado logo no início, galgamos mais alguns postos no conceito mundial. Nem o fracasso de 1966 esmoreceu o orgulho desta Pátria de Chuteiras. Mas, em 1970, com o tri mundial, o Brasil deu o salto que faltava. Pelé, Jairzinho, Rivelino, Gerson e Cia encantaram todos aqueles que os assistiram. A televisão transmitiu os jogos para todo o planeta. O Brasil passou a seu conhecido não só pelos seus índios, carnaval e futebol, mas também pelas suas belezas naturais e seu povo, divulgados amplamente pela imprensa mundial, fenômeno que só o futebol poderia proporcionar. Mudamos tudo.

E agora?

Pois bem, depois da globalização, quando as fronteiras foram sendo derrubadas ou ignoradas pela economia mundial, o Brasil passou a figurar dentre as dez maiores economias. Consolidamo-nos como Nação. Muitas indústrias brasileiras se estabeleceram no exterior, inclusive na China, país abominado por aqui pelo “comunismo feroz”. Aí veio a definição do Brasil como o país da COPA DO MUNDO de 2014. Era a oportunidade maior para erradicarmos definitivamente o “complexo de vira-latas”. Começaram as tratativas das praças dos jogos, estádios, etc. Demoraram muito para iniciar várias coisas que estariam ligadas diretamente aos jogos, como estádios e obras de infraestrutura. Mas, muitas foram projetadas, iniciadas e concluídas. Houve vários “poréns”. E é sobre eles que quero comentar.

Os “poréns”

Deveríamos estar orgulhosos com a Copa do Mundo aqui, já que poderíamos mostrar ao mundo ainda mais do que era conhecido. Porém – começam os “poréns” -, a Copa seria realizada em ano eleitoral. Primeiro grande problema para um país onde o maniqueísmo, a dicotomia, a grenalização de tudo tendo como base a política partidária. Temos hoje, no meu modo de entender, dois partidos: o PT e o ANTIPT. Sim, porque os demais são aliados de ocasião ou adesistas de plantão. E tudo foi transformado numa “guerrilha político-partidária” sem precedentes na história do mundo. Não há mais “adversários políticos” que “precisamos vencer com propostas e ações melhores”. Há inimigos figadais se digladiando e usando as redes sociais para disseminar esse ódio todo. O resultado é um festival de “poréns” que prejudicam, indubitavelmente, todo o povo brasileiro.

Os “poréns” II

Na medida em que a data da Copa do Mundo se aproximava – e as eleições – os ânimos foram se acirrando de forma inacreditável, descontrolada. Começaram manifestações, vandalismos, banditismos, arruaças, verdadeiras guerrilhas urbanas com setores da imprensa tomando partido também. Se os governos agem com o rigor necessário, previsto em lei, falta “preparo”. Se não agem, são omissos e coniventes com a baderna. Os “de sempre” sentiram que era chegado o momento de “fazer a sua parte”, ou seja, conquistar mais benesses, privilégios ou coisas do gênero. Setores PRIORITÁRIOS da organização de qualquer país com um mínimo de seriedade ignoraram a maioria que PREJUDICAM decidiram bagunçar o Brasil PARA O MUNDO VER e, assim, facilitar as coisas para si. O povo? A maioria? Ora, que se danem, pensam eles.

Boicote? Sabotagem? Chantagem?

Ou, talvez, um somatório disso tudo? A verdade é que segmentos de vital importância para o funcionamento de qualquer nação passaram a entrar em greve. Polícia, professores, agentes de trânsito, rodoviários, ferroviários, enfim funcionários públicos e de serviços públicos concedidos fazem com que o povo, que paga seus salários, que precisa deles para poder trabalhar e se sustentar, tenha seríssimos transtornos com suas paralizações, manifestações, piquetes e outras coisas mais. Objetivo? Invariavelmente conquistar benefícios próprios. Para tanto se valem desse momento único em muitos séculos que o Brasil tem para se firmar como uma das MAIORES NAÇÕES DO MUNDO. Mas, para eles – com o apoio, óbvio, da politicanalhada nacional – isso não importa. Importa é seu próprio umbigo. Nada mais. Poderia isso tudo ser qualificado como boicote? Sabotagem? Ou chantagem? Não sei. Só sei que isso tudo terá seu custo e o POVO TODO SERÁ CHAMADO A PAGAR A CONTA. Tenham certeza disso.

ÚLTIMAS

Primeira: Hoje, sábado, a EXPOBENTO tem show imperdível: Alexandre Pires e o Só Pra Contrariar. Procure seu ingresso rápido nos postos de venda. Na edição de quarta-feira do Semanário você encontra tudo;
Segunda: Aliás, a Expobento tem uma programação para todos os gostos até domingo, dia 15, quando encerra. E tudo além da atração que sempre são os expositores. O Salão Automotivo está excelente;
Terceira: Notaram como os discursos nos programas políticos (que nós pagamos) têm o mesmo conteúdo? Todos têm a solução para tudo. Sabem tudo o que precisa mudar. Enquanto não estão no poder. Depois, bem, depois é outro discurso;
Quarta: Falam de todos os problemas que nós, povo, estamos carecas de saber. O que eles não dizem nunca é COMO, QUANDO e COM QUE DINHEIRO os resolverão. Assim, até um papagaio faz programa político. Ou não?
Quinta: 83 mil ingressos vendidos para os jogos da Copa em Porto Alegre, só para estrangeiros. 240 mil vendidos no total. Essa gente toda, certamente, dará um prejuízo enorme para a economia do Estado;
Sexta: Ironia, claro. Mas, ainda há que aporrinhe com os oito bilhões gastos com a Copa. Poucos comentam as receitas dela advindas, inclusive os empregos gerados;
Sétima: Interessante, também, é que não se constatam protestos pelos QUATROCENTOS BILHÕES DE REAIS apontados pelo SONEGÔMETRO da Receita Federal em Brasília. Protestem pelos oito da Copa;
Oitava: E por essas e por outras que afirmo: politizaram a Copa do Mundo. Quem? Não me parece difícil de identificar, não? Mas, certamente, a maioria deles estará na frente da TV assistindo aos jogos. Que venha, pois, a COPA DO MUNDO de 2014, NO BRASIIIILLLL!!!!