Esportivo, “o Cristo” da hora!

Vamos por partes. Primeira. Houve um jogo de futebol – tão somente um jogo de futebol, no qual o Esportivo VENCEU, nada havendo, portanto, de “ronha” a respeito – no qual a imbecilidade de alguma pessoa ou de várias pessoas foi explicitada. Agressões racistas foram dirigidas verbalmente ao árbitro do jogo antes, durante e depois do jogo. É impossível acreditar que NINGUÉM tenha VISTO QUEM FOI. O público presente, sempre diminuto na Montanha dos Vinhedos, muda pouco. Alguns até dizem que se “pode fazer a chamada” da torcida, a exemplo de uma sala de aula. Essas coisas potencializam a idéia de não acreditar que o ou os autores das agressões racistas tenham passado despercebidos. Concordam comigo até aqui, prezados leitores?

Esportivo, “o Cristo” da hora! II

Segunda parte. Membros da diretoria do Esportivo, diante de fotos publicadas na internet, registraram ocorrência policial por discordarem do LOCAL das fotos (aquelas com as bananas sobre o capô e com a lateral do carro danificada), porque não teriam sido tiradas nas dependências do Clube, mais precisamente na área fechada, destinada à arbitragem e auxiliares. A polícia ainda está investigando tudo isso? Parece que sim. E há, também, a matéria divulgada no portal do Jornal Semanário na internet, pouco depois dos fatos virem a público, com a palavra do comandante da BM que trabalhava no jogo, dizendo que policiais viram e ouviram as ofensas e perguntaram ao árbitro se ele queria registrar formalmente o fato, ao que ele respondeu que não. No dia seguinte ele fez o registro em Porto Alegre. Por que, se foi em Bento que ocorreram e a BM se colocou à disposição?

Esportivo, “o Cristo” da hora! III

Terceira parte. A partir de então aconteceram coisas inéditas na história da imprensa gaúcha e brasileira. Ataques fortíssimos ao Clube Esportivo e até mesmo a Bento Gonçalves e, por extensão, ao seu povo, de parte da imprensa. A mesma imprensa que trata a panos quentes atos de agressões semelhantes e ao patrimônio dos clubes, não sendo “tão exigentes assim” quando se trata da dupla grenal. Quantas agressões racistas já foram noticiadas ao longo dos últimos anos? Várias! O que foi feito? NADINHA. Quantas ações de vandalismos, depredações de patrimônio e até crimes aconteceram? Vários! E aí? NADA. As “exigências” da imprensa para que “a justiça fosse feita”? Mas o Esportivo tinha que ser tirado para “cristo”. Um clube do interior, cheio de dificuldades de sobrevivência, seria um ótimo “cristo”, cuja “crucificação” seria ótima e em nada prejudicaria o emprego deles. Então, “crucifiquem-no”, gritaram a uma só voz!

E agora, José?

Bem, no meu entender algumas coisas podem ser feitas e outras poderão acontecer. Por exemplo: que tal o Esportivo, sua diretoria, a polícia, a BM, enfim qualquer pessoa que tenha visto as agressões, APONTAR o ou os culpados? Bento Gonçalves e o Esportivo não podem pagar tão caro pela inconsequência de alguns, certo? Então, o dever, a obrigação de todos é IDENTIFICAREM essas pessoas. Elas devem ser levadas à justiça para responder pelos seus atos. Foram “machões” para praticar, que sejam “machões” para assumir, certo? É bom lembrar, também, que um “jornalista” chegou a dizer, em rede nacional de TV, que “ninguém mais deveria beber o vinho de Bento Gonçalves”, em represália ao racismo verificado. A gravidade de tudo isso EXIGE que os culpados sejam apontados e respondam pelo que fizeram. A coluna está aberta a quem quiser se manifestar.

Consequências?

Certamente haverá consequências. O rebaixamento do Esportivo será uma grave ameaçada ao Grêmio, ao Inter e demais grande clubes brasileiros. Se o Superior Tribunal de Justiça Desportiva mantiver as punições impostas ao Esportivo (perda de 9 pontos, rebaixamento à segunda divisão, multa de 30 mil reais e perda de 6 mandos de campo) estará aberto um perigosíssimo precedente. A partir de então, como agirão em casos semelhantes? Imaginem torcedores de um clube vestindo a camisa de outro, irem ao estádio e proferirem palavras de cunho racista. Rebaixarão o clube? Multa? Perda de mando de campo? O sonho dourado de todo o torcedor é ver o rival rebaixado. Estará aí a grande chance de, sem fazer força, realizar o sonho. Bastará vestir a camisa do adversário e fazer estripulias no estádio, agredindo árbitros, auxiliares, jogadores, etc, com palavras racistas. Simples assim. Aliás, por que um clube só foi multado pelas ofensas racistas de torcedores um jogador? Ele é menos significativo do que um árbitro?

Isso é “normal”?

Em Minas Gerais, o caso do furto de um galo e uma galinha começou na delegacia e já chegou ao Supremo Tribunal Federal. O absurdo começa com os prazos e datas. Em maio de 2013, o dono dos galináceos notou o furto e registrou ocorrência; em Setembro de 2013, a justiça de São João Nepomuceno-MG aceitou a denúncia; em fevereiro de 2014, a defensoria pública tenta trancar, com um habeas corpus, o processo pelo princípio da insignificância, que é negado pelo TJMG. A defensoria pública do TJMG também tenta trancar o caso, que chega ao Superior Tribunal de Justiça, que nega, por sua vez, o pedido de trancamento do processo; em abril de 2014, o defensor público federal busca nova medida, desta vez no Supremo Tribunal Federal e vê negado o pedido pelo ministro Luiz Fux. Em maio de 2014 haverá audiência sobre o processo em São João Nepomuceno-MG. Tudo isso em UM ANO. Enquanto isso, o processo do mensalão do PSDB mineiro e o Caso Cacciola, que envolveram bilhões em dinheiro público, dormitam em suaves gavetas da “justissa” brasileira. Isso é “normal”? Respostas para a coluna.

ÚLTIMAS

Primeira: Depois que Marco Antônio da Silva encontrou R$ 600,00 junto a dois boletos de contas e os pagou, procurando a dona para devolver os R$ 0,50 do troco, setores da imprensa “descobriram” que o fato não é tão incomum assim

Segunda: Aliás, já é mais do que hora de desmistificar que “o que vende e atrai o público é cadáver”. A cultura mudou um pouco. Há muita gente boa e bons exemplos a serem noticiados. Ou não?

Terceira: O Sindilojas contratou e disponibilizou a seus associados equipe de advogados especializados para ações relativas ao Imposto de Fronteira, o famigerado “Diferencial de ICMS” pago pelas micros e pequenas empresas;

Quarta: Não associados também poderão dispor dos serviços, mediante associação. O objetivo é fazer depósitos judiciais do Imposto. Consulte o Sindilojas e se informe;

Quinta: Decididamente, ou acabamos com a corrupção ou a corrupção acabará conosco e com o Brasil. Os golpes que estão aplicando no Projeto Minha Casa, Minha Vida rompe qualquer limite de tolerância;

Sexta: Nada contra os admiradores de Barcos, tudo a favor de quem gosta de futebol. Com esse aí dificilmente algum clube conquistará títulos. Centroavante que só chuta com o pé direito não é centroavante;

 

Sétima: Penso que o que resta aos gremistas é orar para que a bola não judie muito dele e entre de vez em quando. Vou fazer promessas para que ele cale a minha boca, a começar por amanhã, no Gre-Nal de Caxias pelo ruralito.