E é uma guerra sem quartel, sem trincheiras, sem regras, sem lei. Falo da “guerra eleitoral”. Sim, eleições foram transformadas em guerra, no Brasil. O que deveria ser o símbolo da democracia, da liberdade foi tornado um símbolo da estupidez, da ignorância (no seu pior sentido), da busca pelo poder a qualquer custo. Há alguns anos – acho que desde a eleição de Olívio Dutra – escrevi, em colunas, vários tópicos com o título “APT e DPT”. Comentei que “antes do PT” – APT – nada era cobrado de nenhum político, muito menos promessas de campanha, o que passou a acontecer, até com veemência, “depois do PT” – DPT – e, agora, passada mais de uma década, reitero esse meu entendimento. E a cobrança se tornou feroz com a tomada do poder por Lula e, depois, por Dilma. Acho que os “donos do Brasil” resolveram deixar Lula vencer as eleições para ver se “o PT pararia de encher o saco” (digo “deixaram” porque é público o notório o que uma rede nacional de televisão fez com Lula no último debate com Fernando Collor, às vésperas da eleição) e seria alijado para sempre do poder depois de quatro anos. Deu zebra! O PT ficou mais quatro e Lula elegeu o “poste” (assim eles a chamaram) Dilma. Nesse período de onze anos as redes sociais tomaram corpo e se tornaram parte expressiva do dia-a-dia das pessoas de todas as raças, credos, profissões e idades. Dezenas de milhões estão nelas repassando coisas sérias, de cunho altamente cultural, coisas pessoais (até exageradamente, penso eu), mas, também e principalmente, bobagens, mentiras, injúrias, infâmias, calúnias, difamações, etc. Agora, com a proximidade das eleições, tudo está tomando proporções preocupantes. Já foi dito que opositores do governo Dilma contrataram mais de nove mil “boateiros” para disseminar ataques a ela e ao PT pelas redes sociais. O PT, obviamente, não ficará inerte aos ataques e também colocará seu “time” nas redes sociais. O resultado disso tudo já se constata hoje na internet. Jamais, em tempo algum, pessoas foram injuriadas, difamadas, atacadas com tanta ferocidade quanto agora. O pior de tudo é que esses ataques são repassados pelas pessoas como se fossem verdades axiomáticas, não se dando elas ao trabalho de pesquisarem, de procurarem se são verdadeiras ou não. E essa guerra eleitoral, de parte a parte, recrudescerá muito a partir de agora. A Copa do Mundo será um dos alvos a ser mais explorado ainda. Pouco importa se está sendo boa para o Brasil a fantástica exposição que está tendo durante e terá depois da Copa. O que importa é “detonar” qualquer coisa de bom que ela possa trazer. Pena que tenhamos que conviver com isso tudo. Pena que queiram fazer de eleições não uma apresentação de propostas VIÁVEIS de governo, mas uma guerra sem regras, sem escrúpulos. Poucos ganham, milhões perdem. Mas, só depois saberão o quanto perderam, sejam simpatizantes da situação ou da oposição.