UM ANO PARA REFLEXÕES

Nesta última coluna de 2013 não poderia deixar de fazer o que todos fazem: refletir sobre “que ano foi este”. Não, não dá para se fazer “retrospectivas”, pois elas são feitas por centenas, milhares de meios de comunicação. E cada um a faz do jeito e abordando os assuntos que melhor lhe aprouver. Dá até para entender isso, considerando-se que nunca na história deste País tivemos uma imprensa tão partidarizada, tão parcial, tão indutiva, tão “sem informações”, com tanta falta de credibilidade. Hoje, pessoas de mediana cultura, leem, ouvem ou veem “notícias” com todas as reservas possíveis e imagináveis. As “meias-verdades” (um mentiras inteiras, neste caso) são levadas ao público de acordo com os “interésses” político-partidários e econômicos da chamada “grande imprensa”, invariavelmente a serviço dos “donos do Brasil” que, por sua vez, controlam com suas verbas generosas de campanha e algo mais, os mais notórios políticos brasileiros. Dá para se “refletir” sobre isso.

MAS, HÁ MOTIVOS PARA REFLEXÕES?

Motivos há, e sobrados. Mas, para uma boa parte da população, é mais fácil “deixar como está para ver como fica”. Os “inocentes úteis” da internet dão, diariamente, claras demonstrações da alienação, do comodismo com que convivem. Se algum imbecil posta na internet alguma bobagem, mesmo flagrantemente estapafúrdia, eles não só repassam como dão suas “opiniões abalizadas” a respeito, sem sequer se dignar a conferir a veracidade do que estão repassando. Claro, sei que muitos não são tão inocentes assim. Estão fazendo um trabalho gratuito a favor daqueles pelos quais simpatizam, politicamente falando. E nunca houve tanta bobagem, tanta mentira, tanta patifaria espalhada como se verdade fosse como neste ano de 2013. E duvido que esses “inocentes úteis” não saibam que tais bobagens saem dos porões imundos da política partidária brasileira, através de gente da pior espécie que se submete a isso pela régia remuneração que recebem. Mas, eles, os “inocentes úteis”, as propagam gratuitamente. Sobre isso há sobrados motivos para reflexões, certamente.

A “CRISE”

Quanto à “crise” não tenho dúvidas de que é preciso refletir – e muito – sobre ela. Iniciou o ano de 2013 e os “profetas do apocalipse” já deram o ar da sua graça. Mesmo com os índices inflacionários dentro da meta estabelecida pelo governo, elas anunciavam, solenemente, que a “inflação estava fora do controle” e, o pior, davam suas receitas “infalíveis” para que ela pudesse voltar ao controle. Claro que as receitas eram as mesmas de década de 90 e início da de 2000, qual seja, aumento da Taxa Básica de Juros, recessão, desemprego, enfim tudo o que “desestimulasse o consumo”, dando a entender que vivíamos uma “inflação de demanda” (procura maior que a oferta de produtos). Mas, apesar de conseguirem “ficarem bem” com os que os pagam regiamente para propagar o caos e, com isso, beneficiar setores bem definidos dos riquinhos brasileiros, suas profecias insistiam e insistem em não dar certo. O ano de 2013 está no fim e a tal de “crise” não veio. Claro que, como sempre, historicamente, há setores da economia que não navegam em águas serenas. Mas isso é o normal em qualquer país do mundo. Como 2014 é ano eleitoral e o objetivo dos “donos do Brasil” são bem claros, é de se esperar que o anúncio de “crise incontrolável” já comece no dia 1º de janeiro. É absolutamente necessário, para eles, que essa “crise” se torne realidade. Tornar-se-á? Quem viver, verá!

E COMO SERÁ A AÇÃO DA “JUSTISSA”?

Em 2013 tivemos as definições pelo Supremo Tribunal Federal das penas e suas aplicações aos condenados do “mensalão”. Afirmo, categoricamente, que houve uma série de erros crassos nesse julgamento (que assisti e acompanhei desde a leitura das acusações pelo Gurgel, passando pela defesa dos advogados e terminando nos votos de cada um dos ministros do STF, diretamente pela TV Justiça), a começar pela inclusão nele de indiciados SEM DIREITO A FORO PRIVILEGIADO. Eles teriam o direito de serem julgados como qualquer cidadão brasileiro e não diretamente pelo STF, onde não há mais instância para apelação. Todavia, a “justissa”, comandada pela “grande imprensa” (que já havia julgado e condenado sem qualquer defesa), ignorou esse direito fundamental dos réus.

SERÁ A NORMA?

Sim, o “Domínio do Fato”, que foi utilizado para condenar réus do “mensalão”, diante da falta de provas (isso foi dito pelo próprio Gurgel, quando leu as acusações e foi repetido por ministros do STF), será a norma para toda a justiça brasileira? Será aplicada no “Caso DETRAN/RS”? No “mensalão tucano mineiro”? No “trensalão do PSDB paulista”? No escândalo da Prefeitura peessedebista de São Paulo? E o “Caso Banco Marka/FonteCindam”, continuará o processo que dormita em “gaveta esplêndida” da “justissa” de São Paulo, será retomado ou Cacciola (que recebeu os dez “mensalões” de uma só vez de gente do governo) será o único preso? E o “Caso Lista de Furnas” será desengavetado? E a “Privataria Tucana”, abundantemente documentada no livro da Amaury Ribeiro Jr? A norma será o “domínio do fato” ou utilizarão as PROVAS apenas? De qualquer forma, tenho a certeza de que todos os cidadãos dotados de ÉTICA, MORAL e HONESTIDADE não SELETIVAS esperam ver esses julgamentos serem feito em 2014. Será? Quem viver, verá!

ÚLTIMAS

Primeira: E o deputado federal Sérgio Moraes, PTB/RS, conseguiu mais uma “façanha” no seu mandato: cobrou notas de 43 (QUARENTE E TRÊS) abastecimentos num único posto de gasolina e num ÚNICO DIA;
Segunda: Mas, não só isso é estarrecedor, inacreditável. O fato de alguém, na Câmara dos Deputados, ter efetuado O PAGAMENTO disso é tanto ou mais escandaloso;
Terceira: Esse “nobre” parlamentar é o mesmo que disse estar “SE LIXANDO PARA A OPINIÃO PÚBLICA”. E não só disse como PROVA isso com suas atitudes;
Quarta: Detalhe importantíssimo e que ele é membro do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados. Sensacional, não?
Quinta: O ano está terminando. Alguém sabe em que pé estão as obras para o tratamento de esgotos de Bento Gonçalves?
Sexta: Acho que não há mais dúvidas sobre a importância do chafariz funcionando na Via Del Vino. Ou há?
Sétima: O Grêmio termina 2013 sem qualquer título. As promessas ficaram para 2014. Mas, será necessário contratar ATACANTES;
Oitava: Em quatro dias entramos no ano da COPA DO MUNDO e eleitoral. Não tenho dúvidas de que será um ano muito, muito diferente de todos os que já tivemos;
Nona: Recebam, prezados leitores, meus melhores votos de que 2014 seja o melhor ano de suas vidas;
Décima: A Câmara de Vereadores, nesta sexta-feira, deve ter votado e aprovado aumentos de IPTU e outros impostos. Informe-se para não ser surpreendido.