GRÊMIO: E AGORA?

Passada a fase “Copa do Brasil” com o Grêmio eliminado, jogando SEIS partidas, perdendo DUAS, vencendo UMA e empatando TRÊS, marcando ridículos DOIS gols nos seis jogos e não por atacantes (Souza, volante, e Werlei, zagueiro, marcaram) e correndo sérios riscos de sequer ficar entre os três primeiros do Brasileirão que poderão participar da Libertadores da América de 2014, o que será um desastre ainda maior para o Grêmio e suas finanças, é absolutamente absurdo manter-se alienado de tudo. Os gremistas que me conhecem sabem que sempre lutei e trabalhei pelo Grêmio. Sócio patrimonial do Grêmio desde 01 de novembro de 1968 (45 anos completos, portanto), nada tenho para aprender com alguns neófitos deslumbrados. Vivi dentro do Clube nos últimos dez anos, vendo muito de perto o que aconteceu e acontecia. Tive imensas decepções. Não com o Grêmio, mas com alguns “gremistas”. Sempre pensei que lá, dentro do Clube, havia pessoas que lutavam pelo Grêmio e que o rival estava no Beira-Rio. No ano passado tivemos eleições presidenciais. Mudou o quê?

MUDOU PARA MELHOR?

O mote da campanha de Koff foi “O CAMPEÃO VOLTOU”. Arregimentou vários ex-atletas vencedores, de várias diretorias e eles ajudaram-no a vencer Paulo Odone. Koff, que raramente foi visto no Olímpico, sem ser para fazer campanha eleitoral para que Duda Kroeff vencesse Antônio Vicente Martins, indicado por Paulo Odone, sequer chegou perto da ARENA quando estava em obras e muito menos nas reuniões do Conselho em que o Projeto foi discutido. Na véspera da inauguração, a convite de Antonini e Odone, visitou-a. No sábado seguinte, a grande manchete da imprensa foi sua declaração: “A ARENA NÃO É DO GRÊMIO”. Foi um balde de água congelada sobre a grande Nação Gremista, a maior torcida do sul do Brasil. O Projeto Arena que mirava chegar aos cem mil sócios em 2013 foi pro vinagre. A inimizade entre Odone e Koff prejudica o Grêmio terrivelmente. O número de sócios reduziu em 2013, certamente, acontecendo o oposto do que até a pavimentação da Avenida Padre Leopoldo Brentano esperava. Prejuízos para o Grêmio? Claro que sim! Irreparáveis? Depende!

SIM, O QUE MUDOU?

O saudoso ex-presidente Rudy Armin Petry, grande gremista que dedicou quase toda sua vida do Grêmio, pronunciou uma frase célebre: “ISSO É ASSUNTO DE ECONOMIA INTERNA”, respondendo a questionamento de um repórter. Sim, o Grêmio, o Inter, o Palmeiras, o Vasco, o Botafogo de Fagundes Varela, TODOS têm assuntos que devem permanecer dentro do Clube. Mas, alguém resolveu abrir e escancarar as entranhas do Grêmio. O Projeto Arena passou a ser discutido em bares, botecos, bodegas, enfim em todos os lugares, além de rádios, jornais, TVs e revistas, bem como nas arquibancadas de todos os clubes brasileiros, em seus mínimos detalhes. Verdades e mentiras deslavadas foram ditas. O resultado? O óbvio-ululante: A quase um ano da sua inauguração. A Arena, que deveria ser “multiuso”, não passa de um estádio de futebol moderno. Não há vida na Arena fora dos dias de jogos. Os restaurantes, as lojas, a própria administração do Grêmio não está lá. Desavenças contratuais, que poderiam e deveriam ser discutidas e resolvidas entre as direções da OAS e do Grêmio estão sendo levadas á imprensa por muitos, notadamente por Fábio Koff. Quem perde e quem ganha com isso? Quem ganha não sei, mas quem perde é público e notório: O GRÊMIO. Rudy Petry deve estar vendo tudo lá do céu e pensando: “Será que não aprenderam nada mesmo, comigo?”

O ANO DE 2013

O ano começou com um adiantamento de R$ 10.000.000,00 da OAS e mais R$ 15.000.000,00 de adiantamentos da televisão de 2013 feitos em dezembro de 2012 por Paulo Odone, a pedido de Fábio Koff, visando a contratação de jogadores. Há que se lembrar de que o Balanço de 2012 apresentou, depois de muitos anos, superávit de 28 milhões de reais. Sim, houve a entrada de 30 milhões de luvas oriundas da negociação com a televisão. Mas, se não houvesse isso, o déficit seria de 2 milhões, sem nenhum adiantamento de verbas da TV. Agora, no balancete trimestral de setembro, o déficit acumulado de 2013 do Grêmio foi de 73 milhões de reais. E não há comparação de gastos de folha de pagamento do departamento de futebol entre 2012 e 2013, ano recorde nesse quesito. E 2013 não trouxe aos gremistas o que mais queriam e lhes foi prometido: TÍTULOS, ou TÍTULO. Eliminado da Copa do Brasil e correndo sérios riscos de não conquistar sequer vaga para a Libertadores de 2014, o futuro próximo e médio do Grêmio se prenuncia altamente preocupante. O que será do Projeto Arena? E lembrando que a ARENA É DO GRÊMIO, sim. Mesmo que alguns queiram negar isso. E a entrega do Olímpico será o primeiro pagamento dela.

AS ELEIÇÕES DO CONSELHO

Em outubro último aconteceu a eleição para renovação de um terço dos conselheiros, ou seja, 150 titulares e 30 suplentes. Foi uma coisa fantástica. Sete chapas foram inscritas. E aí aconteceu o que a maioria dizia ser o problema do Grêmio: o confronto entre “odonistas” e “koffistas”, mais escancaradamente com “koffistas”, já que duas chapas disputavam a “preferência” de Fábio Koff. Ele chegou, inclusive, a gravar dois vídeos “apoiando” as duas. Já Paulo Odone manteve-se distante do processo eleitoral, ao contrário do que alguns disseram, atribuindo a ele a derrota da Chapa 5. Isso porque grupos políticos que o apoiavam dividiram-se e Odone não aceitou o “racha”. Caso tivessem mantido a união, o resultado da eleição teria sido completamente diferente. O grupo liderado por Homero Bellini conseguiu superar a “barreira” de 20% dos votos e elegeu parte dos conselheiros (62). A maioria (88) pertence a uma das chapas apoiadas por Koff, a chapa “FAIXA NO PEITO”. Pois é, esse o nome dela. A outra chapa “koffista”, a número 4, “Juntos Pelo Sócio”, não atingiu a cláusula de barreira.

O NOVO CONSELHO

Lamentavelmente, nomes importantes de gremistas que deram muito de si pelo Clube ficaram fora do Conselho Deliberativo. Pessoas que não só trabalharam, mas contribuíram financeiramente com o Grêmio não obtiveram sua vaga, assim como Alexandre Grendene (que trabalhou muito no Projeto Arena, colocando toda sua experiência de sucesso empresarial a serviço do Grêmio), por exemplo, além de outros como Irani Santana Júnior (vice-presidente que trabalhou na área financeira exemplarmente na gestão de Duda Kroeff). De qualquer forma, entraram novos gremistas que, pela sua representatividade, muito trabalho já feito anteriormente pelo Grêmio e pelas lideranças que exercem nas suas cidades, darão significativa contribuição para o Clube como membros do Conselho.

O FUTURO DO GRÊMIO

Não comentei sobre o aditivo contratual aprovado pelo Conselho Deliberativo em junho passado, mas ainda não assinado. Sobre ele falarei brevemente. O que precisamos pensar, agora, é no futuro próximo do Grêmio. Se obtiver a vaga para a Libertadores poderemos ter esperanças para um 2014 com títulos, finalmente. Se não, oremos, irmãos gremistas. Mas, que 2013 foi um ano terrível não há dúvidas. Perdemos tudo o que disputamos. Não conquistamos nenhum título (esqueçam o “ruralito”, que ganhar ou perder nada muda e dizer que “ganhar é melhor que perder” depende das circunstâncias, já que o Grêmio jogou com times das categorias de base, envolvido que estava com a Libertadores) e o Grêmio não pode ficar tanto tempo quanto o Internacional ficou sem ganhar títulos importantes. Não estamos acostumados com isso. Assim, temos que torcer por um final de 2013 sem mais uma decepção. E, obviamente, buscar cada um de nós mais gremistas para se associarem ao Grêmio. A ARENA DO GRÊMIO precisará lotar de sócios a partir de 2014. Sem ronhas políticas e ti-ti-tis entre gremistas. O adversário está ao lado do Lago Guaíba, em área de preservação ambiental.

Últimas

Primeira: E que não venha algum gremista aí me chamar de “corneteiro”. Li, vi e ouvi durante muito tempo gremistas falando horrores da administração do Grêmio, inclusive em rádio, jornal e TV, mesmo quando as dívidas estavam sendo pagas e a Arena sendo construída;
Segunda: Ninguém tem o direito de deter o monopólio das críticas, desde que construtivas. E isso sempre fiz, nunca me opondo a quem quer que fosse a diretoria do Grêmio. O mesmo não foi feito por parte de muitos gremistas dentro e fora do Grêmio;
Terceira: E não poderia deixar de dizer que continuo pagando para frequentar a ARENA DO GRÊMIO, como sempre fiz no Olímpico; Já muitos não podem dizer o mesmo, já que desfrutam de “convites especiais” para acessarem “lugares especiais”;
Quarta: Neste final de semana Grêmio e Inter têm jogos importantes. O Grêmio enfrenta o campeão brasileiro de 2013, buscando a vitória para se manter no G-3. O Inter jogará contra o Botafogo buscando pontos para subir do décimo-primeiro lugar;
Quinta: Na verdade, ambos procuram terminar o ano com dignidade. Investiram fortunas para contratar e manter equipes milionárias, visando títulos. Nada conseguiram. Vencer amanhã, portanto, é dever de Grêmio e Inter. Conseguirão isso?