Eu gostaria de entender!
Sim, eu cursei faculdade de economia e fiz pós-graduação. Mas, devo confessar que, diante de tudo o que já vi, ouvi e li desde 1985, me considero apenas um leigo em se tratando de economia brasileira. Aprendi que a economia de um país só pode ser sustentável se for embasada no “círculo virtuoso”: produção, comercialização e consumo. Claro que com o devido apoio dos serviços (financiamentos, por exemplo) que possibilitem a chegada da produção ao final que é o consumidor. Aí surgiram neoliberais defendendo a ideia da elevação da taxa de juros para conter a inflação através da inibição do consumo. Mas, pensava eu, a solução não é essa. O consumo só poderia provocar inflação se a produção não atendesse a demanda por provocar, assim, a escassez de produtos no mercado. Para tanto, a produção deveria ser otimizada.

Mas, está difícil
Sim, porque os economistas que opinam “abalizadamente” em jornais, revistas e televisões (há, também, até cineastas palpitando sobre macro e micro economia) insistem em dizer que “com a inflação fora de controle” (mesmo estando dentro da meta estabelecida, ao contrário de alguns anos atrás), é necessário conter o consumo via juros elevados. Menos pessoas tomando crédito, menos produção e menos vendas causam o excesso de produtos ofertados diante da demanda e, BINGO! a inflação cai. Pois é, mas eu, na minha ignorância, sempre me perguntei: “se cair o consumo (consumir, penso, é algo que é o sonho de qualquer mortal em pleno uso de suas faculdades mentais) o comércio venderá menos, comprará menos da indústria e…bem, aí virá o desemprego na indústria e no comércio, deixando ainda mais pessoas sem poder aquisitivo e, obviamente, sem comprar, causando RECESSÃO e mais DESEMPREGO”. Complicado, não?

E aí?
Bem, para um leigo como eu, a coisa fica mais difícil ainda, já que me pergunto: mais desemprego, mais juros, menos consumo, menos vendas, menos produção (e menos exigência de aprimoramento industrial pela falta de pressão), causando recessão, não deixa a situação pior? Só que, então, aqueles mesmos “economistas jênios” que diziam que era preciso aumentar a taxa de juros são os primeiros a criticarem a subida da taxa de juros, alegando exatamente o que os leigos, como eu, acreditam ser verdade: virá desemprego e recessão, prejudicando a todos, desde os poderes públicos (não todos, já que com os salários nababescos garantidos, o país pode ir para o vinagre que eles não tão nem aí), passando pela indústria, para produção agropecuária, pelo comércio, prestação de serviços e estourando na população. Resumo: TODOS perdem. Então, mais uma vez, na minha burrice, questiono: qual é a solução? A única resposta que encontro é: entreguem o governo para os “jênios” da economia, que opinam em TVs, rádios, jornais e revistas. Eles, certamente, como auxilio de algum cineasta como consultor, terão todas as soluções.

É falta de respeito?
Por momentos pensei que seria por aí, mesmo. Muitos desrespeitam acintosamente a população. Depois, pensando melhor, a verdade é que estamos em plena ” ECONOMIA DE MERCADO”, onde cada um cobra o preço que quiser. Talvez por isso é que esta semana, dentro de um supermercado, fui acometido de náuseas. Também! O preço de determinado presunto estava em R$ 19,90 ao quilo. Chego lá e constato que o preço foi catapultado para R$ 22,90 ao quilo. Sabem quanto por cento de AUMENTO isso significou? Fantásticos, inacreditáveis, absurdos, inomináveis 15,07% (QUINZE VÍRGULA ZERO SETE POR CENTO).

Ou de fiscalização?
Aumentam assim, na maior caradura! Gostaria de saber de onde tal percentual absurdo, verdadeiro atentado contra o consumidor, foi tirado. E tomei apenas o exemplo do presunto. Só que estão fazendo isso com praticamente todos os produtos Brasil afora. E, o pior, tem o alvo adequado para colocar a CULPA: O GOVERNO. Nenhum imposto foi majorado, ainda. Mas, essa tchurma de aproveitadores já está metendo a mão fundo no bolso dos consumidores, locupletando-se. Como comentei na quarta-feira, muitos postos pelo Brasil já aplicaram aumentos criminosos no preço dos combustíveis. Se tudo isso não é falta de respeito e, obviamente, de FISCALIZAÇÃO para coibir esses crimes de “lesa consumidor”, sei lá eu como pode ser qualificado. Os “donos do Brasil” estão rindo sozinhos: metem a mão e culpam os outros. Lindo isso!

O Tacchini é importante!
Se alguém ainda não sabia da importância do Hospital Tacchini, um hospital filantrópico, que não tem dono, não distribui lucros e é da comunidade, agora já deve saber. Na semana passada, um dirigente do Internacional – cuja delegação estava em Bento Gonçalves fazendo sua pré-temporada – sofreu um infarto. Pois bem, se não estivesse em Bento, próximo de um Hospital com todos os recursos necessários, certamente poderia ter tido graves complicações, podendo chegar à morte. Os médicos do Tacchini, com sua competência e de seus auxiliares, valendo-se dos recursos disponibilizados pelo nosocômio, puderam efetuar os procedimentos cardíacos necessários, salvando o dirigente colorado. E pensar que o Tacchini ainda não obteve o credenciamento para procedimentos cardiológicos junto ao SUS! A Secretaria da Saúde está pagando o que deveria ser ônus dos governos estadual e federal. Os atendimentos do Tacchini estão salvando vidas. Quando nossas “forças políticas” irão agir, indo para Porto Alegre e Brasília para obter o credenciamento para o Hospital Tacchini? Certamente a população não terá essa resposta. Todos sempre foram e ainda estão surdos.