O nosso trânsito
Ninguém tem dúvidas de que o trânsito de Bento Gonçalves está virado num “queéaquilo”. E, o pior, a tendência é que o caos aumente a cada mês, a cada semana, a cada dia, já que entram em circulação centenas de veículos novos e usados mensalmente, além do grande número dos que vêm de fora a trabalho ou passeio de seus proprietários. O somatório disso tudo à falta de bom senso por parte de motoristas, pedestres e motociclistas (sem contar com skatistas, alguns aloprados) resulta no que se vê, diariamente. Urge, portanto, um disciplinamento mais rigoroso no controle por parte das autoridades competentes. Mas, independentemente dos “estudos especializados”, algumas medidas precisam ser tomadas. Uma delas é uma reformulação nas vagas de estacionamento, por mais traumática que possa parecer ou ser.

Haverá coragem?
Quem transita pelas ruas centrais – e são milhares, diariamente – deve ter percebido que as tranqueiras já não têm mais hora para acontecer. Um funil inaceitável, já há muito tempo, é o existente na frente da Loja Magazine Luiza. Quem vem da Rua Saldanha Marinho pelo lado esquerdo é obrigado a fazer conversão à esquerda subindo a Dr. Antunes. Os que estão no lado direito e querem acessar a Rua Marechal Deodoro, lado do Shopping Bento, trancam todos os que precisam seguir em frente. Isso poderia ser resolvido de forma simples: retirar o “carga/descarga” da Rua Marechal Deodoro e colocar na Dr. Antunes. Na frente do Shopping Bento o estacionamento – apenas SEIS vagas – já deveria ter sido retirado e colocado ali um “embarque/desembarque” de alguns minutos, o que deixaria o trânsito fluir mais rapidamente, até mesmo pela travessia de pedestres e acessos aos estacionamentos privados (três) ali existentes.

Quem terá essa coragem?
Claro que mais ações cabem ali, mas precisam de maiores estudos. O estacionamento ao lado da Igreja Santo Antônio não poderia ter saída pela Rua Marechal Deodoro, por exemplo, até mesmo porque ela existe pela Assis Brasil. E o que dizer da chegada de três ou quatro ônibus, ao mesmo tempo, na parada ali existente? Falta de planejamento de horários? E há, também, a Rua Ramiro Barcelos, trecho entre a Rua Assis Brasil e a Rua Alagoas que está pedido para ter proibição de estacionamento em ambos os lados. A Rua Ramiro Barcelos é uma artéria importante com sequência na Rua Pernambuco e é estreita demais para comportar carros estacionados nela. Basta olhar para se constatar isso. Retirar vagas de estacionamentos provoca reações contrárias, claro. Mas, há que se decidir por prioridades: ou o trânsito flui melhor ou se estaciona. Obviamente o fluxo de trânsito é infinitamente maior do que os que estacionam. Resta saber se alguém terá coragem para implementar essas mudanças que, pelos contatos diários que recebo, são desejadas por grande parte das pessoas.

E quanto aos caminhões?
Muita gente já está saturada de ouvir falar que “haverá disciplinamento do trânsito de caminhões pelas ruas centrais”. É uma constante isso. Caminhões de alta tonelagem transitam sem a menor cerimônia e seus motoristas “não tão nem aí” para o caos que provocam, sem contar com o desgaste no asfalto, cujo preço de recuperação todos nós pagamos. E não se pode esquecer, também, da falta de horários determinados para as descargas em obras, em construções. É comum se ver caminhões bloqueando, mesmo que parcialmente, o trânsito, SEM placas de sinalização e, obviamente, sem a devida autorização. Essas ações deveriam estar sinalizadas e acompanhadas por fiscais de trânsito. Mas, a pergunta que não quer calar é: “Até quando esse trânsito de caminhões seguirá sem regulamentação?” A resposta está com as chamadas “autoridades competentes”.

O trenzinho da alegria!
Quando o assunto veio à tona, ou seja, que o “trenzinho da alegria” havia sido colocado nos trilhos, ninguém teve dúvidas de que eles aprovariam a excrescência e dariam a partida. Foi o que aconteceu. Vinte e nove “representantes do povo gaúcho” aprovaram a aposentadoria DELES MESMOS, com substancial participação de dinheiro público, o dinheiro de nossos impostos. Saúde? Educação? Segurança pública? Ora, devem ter pensado, “isso é problema do governador e do povo”. Estão “…e andando” se o dinheiro vem do mesmo cofre, aquele em que nós, povo, colocamos nosso dinheiro. Quem ouviu os “argumentos” que alguns utilizaram para tentar justificar essa barbaridade deve ter ficado indignado, com náuseas. E tiveram o “cuidado” de prever “aposentadoria proporcional” (com oito anos de mandato) e extensiva na forma de pensão aos familiares. Não são muuuuiitoooo engraçados? Como, certamente, somente os protestos contra o Bolsa Família continuarão, eles podem ficar tranquilos. Dentro de alguns dias o povo esquecerá e o “trenzinho da alegria” poderá seguir, célere, o seu caminho.