As lombadas
Quando se fala em lombadas, não há como não se lembrar de Garibaldi. Na Avenida Independência, entrada principal da cidade, forma instalados quebra-tudo de tamanho – altura e largura – dignos de “estudos sobre a seriedade das pessoas”. Sim, porque tais obstáculos contrariam TODAS as leis e normas de trânsito, as mesmas que os usuários são obrigados a cumprir para não sofrerem “os rigores da lei”. Mas, por que adotar “lombadas eletrônicas” – estas civilizadas – se é “mais barato” instalar excrescências como aquelas? E aqui, em Bento Gonçalves, também há quebra-molas ilegais. Não estou falando em “ilegais” apenas pelas suas dimensões (em Garibaldi ultrapassam todas as barreiras do absurdo), mas até mesmo na localização deles, perfeitamente definidas em Resolução do CONTRAN, porem solenemente ignoradas pelas chamadas “autoridades competentes”.

Os pardais
E o que dizer dos “pardais”, os controladores eletrônicos de velocidade? O objetivo, a finalidade deles é meritória, sem dúvidas, e estão reinstalando muitos nas rodovias gaúchas. Necessários? Sim, claro! Mas, nos locais onde estão sendo instalados? Aqui começam os questionamentos. Na RS-240, em Scharlau, São Leopoldo, logo após o viaduto sob o qual se acessa a rodovia com destino a Bento Gonçalves, há duas lombadas eletrônicas distantes algo em torno de 400 metros uma da outra. Pois bem, logo adiante – não mais de 400 metros – instalaram um pardal de ida e volta. Exatamente nesse local na quarta-feira, às 23h20min, testemunhei um acidente fatal. Passei pelo local logo após a polícia rodoviária cobrir o corpo com um lençol, embaixo do pardal. O que houve, afinal?

Os pardais II
Logo depois, já em Portão, na RS-122, vejo mais um acidente e um corpo no asfalto. Outra morte. Ali, entre uma lombada eletrônica e outra não há mais de 600 metros com trânsito considerável. Não há como desenvolver velocidades elevadas, portanto. Mas, em intervalo de minutos duas mortes aconteceram. Os pardais e lombadas não foram suficientes para evitá-las. Há que se considerar, entretanto, que nos locais onde essas mortes aconteceram, a rodovia foi RECUPERADA, recapeada, ficando lisa, perfeita. Aí é que entra o problema: RECUPERADA, MAS NÃO SINALIZADA. O breu é total à noite, quando se dirige por instinto, já que os faróis no sentido contrário – a luz alta está institucionalizada e não coibida pelas autoridades – tornam o problema ainda maior. A pergunta é: essas mortes não aconteceram pela ausência de sinalização horizontal? O artigo 88 do Código de Trânsito Brasileiro, que é solenemente ignorado pelas autoridades, não está sendo cumprido por elas.

Os pardais III
Vejam o que diz a Resolução nº 396, de 13 de dezembro de 2011 – em vigor – no seu artigo 4º, parágrafo 2º: “Art. 4º Cabe à autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via determinar a localização, a sinalização, a instalação e a operação dos medidores de velocidade do tipo fixo”. “§ 2º Para determinar a necessidade da instalação de medidor de velocidade do tipo fixo, deve ser realizado estudo técnico que contemple, no mínimo, as variáveis do modelo constante no item A do Anexo I, que venham a comprovar a necessidade de controle ou redução do limite de velocidade no local, garantindo a visibilidade do equipamento”. Esta Resolução é claríssima quanto à necessidade da existência de “ESTUDO TÉCNICO” para a instalação de pardais, no qual conste a comprovação da “NECESSIDADE” de controle e ou redução da velocidade no local, bem como a “VISIBILIDADE” do equipamento. E esse “estudo técnico” deve ser feito por engenheiros especializados, registrados no órgão de classe, além de obedecer a uma série de requisitos. Assim sendo, é bom conferir se tudo está conforme ANTES de pagar uma multa aplicada por pardais. Não é raro aconteceram arbitrariedades nisso.

Golpe midiático
Sou assinante de mais de uma dezena de revistas, jornais do País e do exterior. Assisto todos os noticiários possíveis em rádio e TV. Acompanho sites de agência nacionais e internacionais de notícias. Tenho na INFORMAÇÃO o principal prato do meu dia-a-dia. E isso é minha rotina há décadas, desde que decidi opinar na imprensa com a consciência de que “opinar” é algo sério e exige estar informado o máximo possível e dar “palpites” é coisa que qualquer um faz, sem qualquer embasamento fático. Pois esta semana, conversando com amigos, falei que o final de semana seria propício para algum GOLPE eleitoreiro. Pois a Revista Veja, que é um panfleto político-partidário que não assume seu partido, seu lado, abertamente, como outros SÉRIOS, deu o GOLPE. Fez circular na sexta-feira, ontem, a edição do sábado, publicando com chamada de capa, uma matéria SEM A MENOR CONSISTÊNCIA FÁTICA. Condicionais de baixíssimo nível para um meio que quer ser “de informação” foram utilizadas, inclusive pelos seus pit bulls colunistas. O pior de tudo é que ESCREVEU que foi pelo “dever de informar”. O lixo da mídia exposto nas suas entranhas. Mas, teve quem gostou, aposto. Queria ver se fosse com essas pessoas que gostaram essa imundice toda.