Conforme secretária de Saúde de Bento, nenhum dos pacientes internados pelo SUS está contaminado com a covid-19. De acordo com atualização do Estado, 19,9% do total está com a doença

Desde o início do mês, o Rio Grande do Sul está em alerta para a covid-19. Isto porque, logo nos primeiros cinco dias de junho, o estado atingiu o maior número de pacientes com a doença internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), desde 27 de março.

Atualmente, 70% dos leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) em território gaúcho estão ocupados, além de 86,1% dos privados em utilização. Até às 13h14min de terça-feira, 21 de junho, havia 180 positivados com o coronavírus internados em UTI, 49 com suspeita da doença e 1.630 pacientes com internações decorrentes de outros problemas de saúde.

Em Bento Gonçalves, o quadro está um pouco mais agravado, se comparado a nível estadual. Dos 17 leitos privados disponíveis, 100% estão ocupados, de acordo com dados divulgados pelo Governo do Estado. A utilização do SUS é ainda mais preocupante, com percentual de utilização dos espaços em 115,4%. Dos 32 pacientes em cuidado intensivo internados no município, 19,9% positivaram para a doença, 6,2% estão com suspeita e 75% não estão infectados com a covid-19.

Segundo a secretária de Saúde do município, Tatiane Misturini Fiorio, nos 13 leitos públicos, não há nenhuma pessoa que positivou para covid-19. “Os positivos são pacientes privados. A preocupação com a disponibilidade de leitos de UTI é uma constante, independente de pandemia. Estamos diariamente trabalhando para evitar o agravamento dos internados”, garante.

De acordo com a secretária, não há como fazer a previsão da possibilidade de o coronavírus voltar a causar transtornos para os munícipes. No momento, são 101.152 pessoas vacinadas com a primeira dose em Bento, 97.442 com a segunda, mais de 55 mil com a primeira dose de reforço e 4.919 com o segundo reforço.

Clima agrava casos respiratórios

Conforme a infectologista e diretora técnica do Tacchini, Nicole Golin, agora é um período de sazonalidade, que se torna mais crítico à população da região sul, pelas baixas temperaturas de outono e inverno, e maior circulação de doenças virais. “Temos visto casos de covid, de influenza, e de vírus sincicial respiratório (este último especialmente entre as crianças), e todos apresentam risco de evolução para caso grave e até morte”, explica.

Nicole destaca que houve diminuição tanto no número de casos em geral, e principalmente que necessitam de internação hospitalar, e isso, sem dúvidas, deve-se à vacinação. “No entanto, esse cenário só será mantido se as pessoas continuarem se vacinando conforme recomendado, fazendo as doses sequenciais de reforço, a fim de manter os níveis de proteção necessários”, recomenda.

Estado emite Avisos para regiões

Por conta de um pico de contágio por covid-19 observado em todo o território gaúcho, o estado emitiu, pela quarta vez consecutiva, Avisos para todas as 21 regiões no Sistema 3As de Monitoramento, sistema gerenciador da pandemia no Rio Grande do Sul. Em nota, o governo reforçou, ainda, a importância de a população buscar segunda dose e reforço da vacina contra a covid-19.

A respeito dos Avisos, a secretária Tatiane afirma que não tem nenhum impacto na rotina ou nos protocolos utilizados. “Somente terá alguma alteração se for necessário elaborar um plano de ação”, explica.