Há décadas tenho reclamado por mim e por milhares de pessoas que tem sido obrigadas a utilizar as rodovias da região da Serra. O descaso dos sucessivos governos foi recorrente. Saia um e entrava outro e a lesma lerda continuava a mesma. A RS-122, cujas cancelas e a lei específica foram deixadas pelo Alceu Collares ao brito, tinha previsão de pedagiamento para a duplicação da rodovia entre Portão e São Vendelino, algo em torno de 38 quilômetros. Pois bem, foram mais de 16 anos para ser concluída. O motivo da demora? Me parece cristalino: os governos brito, Rigotto, Yeda e Tarso não aplicavam as receitas das tarifas toda na duplicação. Grande parte da receita foi para os cofres do Estado.

Terra esquecida

Enquanto isso, as demais rodovias foram se deteriorando. A RS-453 (Trevo Telasul/Farroupilha), a RS-444 (trecho Bento/Santa Tereza), RS-446 (trecho Carlos Barbosa/São Vendelino) tiveram manutenções precárias. A RS-446 foi recapeada, porém em menos de 90 dias os buracos já surgiram. Quem fiscalizou a obra e autorizou o pagamento? Seriam os mesmos que “fiscalizaram e autorizaram” o pagamento da reforma da Ponte em Bom Princípio, que precisou ser quase toda refeita durante o governo Tarso? E a RS-444, notadamente o trecho em que é muito utilizada, que é o Vale dos Vinhedos? Operações tapa-buracos precárias, assim como entre Bento e Pinto Bandeira. E ainda não comentei sobre a RS-431 e a agora BR-470. Mas, tenho a certeza de que todos já tinham a Serra como “terra esquecida”.

Uma luz no fim do túnel?

Confesso que pensei – e até escrevi aqui – que a federalização da ERS-470, agora BR-470 (a rodovia São Vendelino) poderia ser pior do que deixá-la como rodovia estadual. Se o Estado aqui, próximo, ignorava a rodovia, imaginei que a União, distante, ignoraria ainda mais. Ela foi federalizada em precaríssimas condições, não só cheia de buracos e crateras, mas sem um mínimo de sinalização. Pois bem, esta semana fui para Faria Lemos e constatei obras de recapeamento total da BR-470. Será que a recuperarão até Nova Prata? E até Carlos Barbosa? É esperar para ver e torcer para que tenhamos, com brevidade, uma BR-470 digna de uma região rica e turística como a nossa. Dá, pois, para acreditar que temos uma luz no fim do túnel? Oremos!

A RS-431

Eu conheço muito bem a história dessa rodovia, que liga Bento Gonçalves a Santa Bárbara/Guaporé. Rubens Lahude, quando secretário de Estado dos Transportes, mandou fazer o projeto dela porque sequer existia como rodovia estadual. O ex-governador brito a desapropriou para começar o asfaltamento e o fez até Faria Lemos, deixando a descida até a Alcântara em precaríssimo estado, ficando, inclusive, em risco a vida dos usuários. Olívio Dutra concluiu o asfaltamento até Santa Bárbara (assim como asfaltou a RS-444 de Bento até Santa Tereza), porém não construiu o viaduto no quilômetro 12 e a ponte na Linha Colussi. E, o pior, a pista desandou em alguns locais (erro de execução?). O Daer colocou uma placa dizendo que era trecho em “Estudo Geotécnico). Deboche?

RS-431 II

Rigotto assumiu o governo, com Alexandre Postal (que morava em Guaporé e, portanto, passava pela RS-431 com frequência) na Secretaria de Estado dos Transportes. Nada foi feito, senão algumas manutenções nos trechos desandados. Yeda construiu a ponte na Linha Colussi, mas esqueceu de fazer as cabeceiras, deixando-a inútil ao trânsito. Tarso assumiu e também se limitou a precárias manutenções, mas teve que gastar muito para reconstruir outro desabamento que interrompeu o trânsito nela. Agora está tudo com Sartori e o Estado falido. Mas, as informações são as de que a RS-431 está sendo recuperada. Glória a Deus nas alturas! Será que, depois de tanto tempo, veremos a RS-431 concluída? Oremos, mais um pouco.