Conforme diretora executiva do Sindicato, houve um aumento no número de visitantes, mas uma queda no faturamento

O ano de 2018 tem representado motivos positivos ao Turismo de Bento Gonçalves, um dos principais polos da Serra Gaúcha. A começar pela Vindima, época da colheita da uva, foram mais de 230 mil pessoas, que representou um acréscimo de 5%, comparado a anos anteriores. Conforme a presidente do conselho de turismo e diretora executiva do Sindicato Empresaria da Gastronomia e Hotelaria (SEGH), Márcia Ferronato, as projeções apontam para ganhos em 5% em todos os setores do Turismo.

Conforme Márcia, desde que iniciou a crise, em meados de 2014, o setor se manteve melhor do que os demais. “Acabou criando certo equilíbrio na economia local. Ele sofreu e continua sofrendo. Mesmo com enxugamento e recessão, ele foi um impulsionador econômico para Bento”, disse a diretora executiva.

De acordo com ela, no período de recessão da economia, o turista não deixou de vir a região ou tirar suas férias, mas adaptou seus gastos. “Se ele ficava duas diárias, ele passou a ficar uma. Não deixou de ter seu lazer, apenas reduziu. Ao invés de 15 dias, mudou para uma semana. Reduziu seu consumo”, observa Márcia.

Ela ainda complementa que, relativo ao turismo de eventos, a procura na cidade decaiu, devido as turbulências no setor público. Márcia também acrescenta a isto, uma queda no número de ocupações nos hotéis.

Embora Márcia reforce o aumento no número de turismo familiar para lazer, ela destaca a redução do faturamento. “Mesmo com esse fluxo o investimento do turista é menor. O faturamento não acompanhou o fluxo. Antes se gastava R$100, hoje se gasta R$70, R$50. aumentou as negociações e solicitações de pacotes”, complementa.

Atualização do setor

Sobre os desafios enfrentados pelos empreendedores durante a crise, Márcia ressalta a união e o comprometimento em buscar se atualizar e estar a frente da concorrência. Uma dessas novidades foi a gourmetização em segmentos.

A diretora executiva do Sindicato avalia este movimento como sadio e importante. “É uma tendência que tem estimulado a valorização do local. Há uma preocupação com a manutenção da tradição com o olhar contemporâneo”, destaca. Ela ainda complementa que, “a naturalidade territorial é o atrativo que cativa turistas e alavanca o consumo” disse.

Como dica aos empreendedores, a diretora revela a necessidade da busca constante pela inovação e entender o consumidor. “Férias de 30 dias não existe mais. Ninguém fica esse tempo viajando. A vinda vem se resumindo e dividindo durante o ano. Outra questão é que ele quer ser protagonista do ambiente. Não aceita mais ser mero observador”, aconselha.

Sobre os períodos de maior movimentação, ela é enfática. “Nós precisamos sair do ostracismo, se reinventar. Turismo é o ano inteiro. Fora os feriados, a Vindima e a estação mais fria atraem mais turistas. Principalmente em férias escolares a movimentação cresce”, observa.

Ainda sobre o crescimento, Márcia conclui. “Começamos o ano melhor. Há uma tendência de melhorias. Esperamos 5%, tendo os pés no chão”, finaliza.