Por vários e diferentes motivos, todos nós deixamos de viver alguma coisa muito interessante na vida. Na verdade, várias coisas muito interessantes. Podem ser somente momentos que nunca vamos esquecer ou a porta de entrada para uma vida totalmente diferente. Nunca sabemos o que pode acontecer, e aí que está a graça do negócio.


Não é sobre largar tudo. Não é sobre deixar o emprego e ir vender queijo coalho na praia. Não é sobre empreender só porque todo o mundo empreende. É sobre se permitir. Deixamos de conhecer pessoas, de fazer grandes amigos, de ouvir histórias malucas, de viver histórias malucas! Deixamos de conhecer lugares, porque é muito perto…”queria viajar o mundo”. Mas o que não sabemos, é que o mundo é tão grande e rico, que ali do lado, é um lugar tão desconhecido para nós quanto as Maldivas.


Não notamos algumas coisas tão simples que estão na nossa frente todos os dias, e preferimos ficar almejando morar em qualquer lugar paradisíaco a milhares de quilômetros. Ao invés de dar nosso melhor onde estamos, preferimos achar que qualquer lugar é melhor do que aqui. Se estivesse correto, todos os moradores de Búzios estariam felizes da vida, não é? Ou então, nem haveria lugar para ir à praia, porque o mundo inteiro estaria morando lá. E porque não está?


Compramos coisas que desvalorizam em segundos. Preferimos ter do que ser ou estar. Fazemos tudo sempre igual, e queremos resultados diferentes. Queremos ver a gentileza nas pessoas, mas quando olhamos no espelho, só tem alguém que acha que merece mais do que o outro. É uma briga diária de egos vitimistas.


As melhores coisas da vida não têm regras. Elas requerem, em primeiro lugar, vontade. É preciso ter pouco orgulho e muita gentileza. Tem dias que a gente precisa cuidar de si mesmo, e não é isso que precisamos deixar de fazer para olhar para o outro com empatia.


Dá para ir viajar com o pai e a mãe, mesmo que você já tenha mais de 30. Dá para ir viajar sozinha também, mesmo que vá para um lugar longe e/ou desconhecido. Seja gentil na balada, porque você pode estar conhecendo pessoas muito legais. Arriscar-se às vezes, é sair de cena sem precisar fazer barulho, é entender que você recebe os holofotes, não segura com força para si.


Nada acontece por acaso. E nada acontece se você ficar parado. Não tem um manual e não sei se existe destino. São os “e se” que nos impedem de experienciar. São os medos que nos impedem de sair do tédio. É o orgulho que nos impede de ser uma pessoa melhor, para outra pessoa e para si mesmo.


É um tempero, um frio na barriga, um suspiro prolongado. Perde a graça se acontece todos os dias, entende? Mas que tal fazer algo que não está no seu roteiro hoje?