Qual usuário do SUS não gostaria de chegar em uma unidade de saúde, esperar pouco tempo e ter um bom atendimento? Para a surpresa de muitos, isso já é possível em Bento Gonçalves. Num trabalho que vem sendo desenvolvido há pelo menos três anos no município, podemos dizer que, em algumas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou nas Unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESFs) o atendimento de qualidade já se tornou uma realidade.
O SUS que funciona e dá certo vem sendo desenvolvido nos bairros Progresso e Santa Helena, para a sorte dos moradores destas duas comunidades. Nestes pontos é possível receber atendimento de forma organizada, médicos à disposição dos pacientes e profissionais capacitados para acolher de forma digna quem está enfermo.
Na unidade do Progresso, especificamente, não há filas de espera por fichas. São 50 fichas disponibilizadas por dia e a comunidade que frequenta esta ESF já entendeu a forma de trabalho dos profissionais. Lá, os idosos passaram a ter uma atendimento especial, foram formados grupos para atendimento em conjunto, como o de hipertensos e diabéticos. A troca de experiências faz com que um paciente auxilie o outro na sua recuperação. O atendimento desta unidade abrange um universo de 15 mil pessoas dos bairros Progresso, Universitário e Humaitá. De forma simples e organizada, as soluções vão aparecendo e atendendo necessidades básicas da população que procura a unidade. A simples criação de uma sala de observação fez com que pessoas que precisam ficar tomando soro não ocupem espaço no setor de atendimentos, agilizando a liberação de outros pacientes.
O que não dá para entender é como algumas unidades conseguem se organizar e atender a população de forma qualificada e outras não. A desculpa de espaço físico não cabe mais. É preciso choque de gestão. Abrir espaço para quem quer realmente trabalhar e fazer o melhor pela saúde das pessoas. As unidades do Progresso e do Santa Helena dão um exemplo importante para todos nós, que sempre culpamos somente o poder público pelo caos na área da saúde. Claro que falta investimento, recursos, equipamentos e outras coisas. Mas, do jeito que esta situação se apresenta, há problemas também com o pessoal que atua nas unidades.