Pois o Ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal conseguiu, em bem pouco tempo, criar áreas de atrito com um monte de gente. Logo ele, que foi endeusado pela chamada “grande imprensa” (aquela que está, agora, escancaradamente, deixando a informação de lado e fazendo política partidária, colocando largos espaços à disposição de seus pit bulls articulistas), chegando, inclusive a ser capa de revistonas e guindado à condição de presidenciável. Mas, talvez, a exposição demasiada na mídia lhe tenha feito mal. Começou criando área de atrito com o Poder Executivo. Depois foi com a própria imprensa que o elevou aos céus como “paladino da justiça”. Em evento fora do Brasil, Barbosa detonou a imprensa brasileira, mais especificamente aquela que o endeusou. Depois foi a vez dos advogados, quando questionou: “…mas há advogados que acordam antes das 11 horas da manhã?”, em debate sobre o horário de funcionamento da justiça em São Paulo. Deu a lógica: a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB – defendeu a classe com toda a sua força. Mas, Barbosa ainda precisava detonar mais alguém, dentro de seu “poderio” adquirido pela vasta exposição midiática. Chegou a vez do Poder Legislativo Federal, o Congresso Nacional. E incluiu partidos políticos dizendo chamando alguns de “partidinhos”. Pronto! Mexeu com praticamente todos os que o apoiaram na sua “saga de moralidade”. Claro que o troco veio. Não de parte da “imprensa amiga”, que preferiu fazer breves e contidos comentários a respeito. Mas a OAB e o Congresso foi com tudo no sentido oposto ao de Joaquim Barbosa. Eis, porém, que um dos “jornalões amigos” publica uma reportagem denunciando mordomias vigentes no STF. A denúncia dá conta de que ministros do STF e seus familiares usufruem de passagens aéreas de PRIMEIRA CLASSE e viagens de férias pagas pelo povo brasileiro. Há Resolução de 2010 que autoriza viagens das esposas com os ministros do STF, mas não assim, como bem entenderem e sim quando em viagens oficiais, representando o STF. Se fosse constatado isso no Congresso Nacional, Legislativos estaduais, câmaras de vereadores ou nos executivos seria considerado um “escândalo” com o dinheiro público. No STF não é o mesmo dinheiro? Pois é, quem sabe agora o ilustre ministro presidente do STF desengavete o processo da Ação Penal que se originou do “mensalão mineiro do PSDB”, na década de 90, mas que ficou para trás graças às pressões da “imprensa amiga” que quis porque quis que o “mensalão petista” fosse julgado antes. É o mínimo que se pode esperar de um STF sério e isento. E, também, que seus ministros sejam mais discretos e se comportem como o cargo exige. Obviamente, o STF não “pode tudo”.