Muito se tem dito, ouvido e lido nos últimos dias sobre o SERVIÇO MÓVEL DE URGÊNCIA – SAMU – em Bento Gonçalves. O Secretário da Saúde, Roberto Onório Miele – que iniciou o seu quarto mandato à testa da SMS -, homem experiente na função, comentou várias vezes, inclusive junto à secretaria técnica do Conselho Municipal da Saúde – CMS – e, mesmo, no CMS do qual é conselheiro, sobre o assunto. Em nenhum momento ele “anunciou” o fim do SAMU. Os comentários feitos por ele sempre foram no sentido de “elaborar um estudo profundo sobre o custo-benefício do SAMU”. O objetivo é, depois desses estudos e análises, discutir com a sociedade e com o CMS sobre a conveniência ou não de extinguir o SAMU. Miele falou muito sobre a “credibilidade que o corpo de bombeiros desfruta perante a comunidade”; sobre “a possibilidade da SMS oferecer condições materiais e humanas para que os bombeiros façam o serviço de resgate”; sobre “o custo elevado para o município da manutenção do SAMU” (o governo federal custeia 50% do SAMU) e outras coisas mais. Porém, o assunto é por demais complexo para se tirar conclusões. Qualquer conclusão será precipitada. O vereador Camerini, participando de reunião extraordinária do CMS nesta segunda-feira, foi enfático no seu posicionamento contrário à desativação do SAMU. Temos que esperar a conclusão dos estudos que estão sendo feitos pela SMS, tomar conhecimento deles e, só depois, tomar decisões. Há envolvimentos outros além da saúde e bem estar da população. Pode haver implicâncias no sentido de sermos ou não Campo Base de seleções para a Copa 2014, além da indicação de “destino turístico”. Entendo que a existência ou não do SAMU, como está funcionando atualmente em Bento, é questão complexa. O Secretário Miele sabe disso e, certamente, não medirá esforços no sentido de proceder a um diagnóstico claro da situação, pensando no bem estar da POPULAÇÃO como PRIORIDADE. Uma possível economia financeira, se pode ser obtida, é bem vinda, desde que a população não tenha prejuízos com isso. De minha parte, como cidadão e como conselheiro do CMS, ainda não tenho opinião e posição formada a respeito. Somente a terei e a levarei a público depois de aprofundar meus próprios estudos e pesquisas a respeito. Já o Conselho Municipal de Saúde, por dever legal, também deverá tomar ciência de tudo, de todas as possibilidades, ANTES de se posicionar. Ontem à tarde, às 17 h, o Secretário Miele convocou a imprensa para falar sobre a “reestruturação do SAMU”. Escrevi o artigo antes da reunião. Mas, não tenho dúvidas de que nenhuma medida será tomada pelo Secretário sem a concordância do Conselho Municipal de Saúde que, por sua vez deverá ouvir a comunidade por dela ser representante.