Neste antepenúltimo dia de 2018 paramos um momento para refletirmos o que podemos esperar de 2019 em nossa Bento Gonçalves.

O ano que finda foi considerado pelos números como o mais violento, batendo os recordes em assassinatos. Foram 50. Destes, 49 homicídios e um latrocínio (roubo seguido de morte). A sociedade, aterrorizada, clamou por mais segurança, afinal, superamos os números do ano passado, além de ultrapassar as médias nacionais, quando o assunto é assassinato. Autoridades de segurança apontam os principais eixos motivadores desta conta que vimos crescer mês a mês em 2018: o tráfico e o domínio por pontos de drogas nos bairros mais periféricos foram os principais responsáveis pela onda de violência.

Bento não quer e nem deve entrar no mapa da violência: seu povo, tanto os que nasceram aqui e os que migraram para a Capital Nacional do Vinho criando raízes não aceitam esse diagnóstico.

Uma cidade promissora, pujante, procurada por milhares de turistas todos os anos, necessita, urgentemente, de atitudes que apontem a redução de qualquer índice de violência.

Que sejamos mais tolerantes com as opiniões alheias, que esqueçamos o ranco político e batalhemos por um país com mais qualidade e diversidade

Podemos e queremos esperar de 2019, uma Bento Gonçalves que amplie suas atividades culturais, oferecendo atividades à comunidade, não apenas nos bairros centrais, mas, principalmente, naqueles mais afastados, onde ainda há diversos problemas estruturais, permitindo que haja uma verdadeira inclusão sociocultural da população, promovendo a cultura através de parcerias com as comunidades, pois estas participam e tradicionalmente os resultados sempre superam as expectativas.

Em consequência disso, o compromisso, seja ele do Poder Público ou Privado não deve ficar restrito apenas aos bento-gonçalvenses. Braço direito do turismo, a cultura, o empreendedorismo, motivam a geração de novos negócios que ampliam o conceito do município como Capital Nacional do Vinho, não apenas aos seus habitantes como também aos de cidades vizinhas, que também precisam reforçar suas políticas em ambas as áreas.

No entanto, cabe salientar e cobrar que a participação da comunidade também seja estimulada: de nada adianta o esforço em proporcionar atividades à população, se esta não participar ativamente. É urgentemente necessária a formação de plateias para que a roda gire e, consequentemente, fomente ainda mais as atividades em nossa cidade. É preciso o esforço e a união de todos! Seja Pedro, Paulo, Maria, Marta, etc, etc, etc…

Por fim, o que foi escrito aqui, não serve apenas para Bento Gonçalves ou região: nosso Estado e País carecem de esforços conjuntos para seguir em frente. Seja na cultura, saúde, educação, segurança, infraestrutura, emprego… Em 2019, os governantes que estão chegando e os que permanecem por mais dois anos devem ter como meta gerir os destinos da sociedade buscando a qualidade de vida da população, sendo a cultura um aliado de peso (mesmo que as previsões apontem para a continuidade da crise no RS).

Findamos 2018 na esperança de que 2019 seja um ano bem melhor. Que sejamos mais tolerantes com as opiniões alheias, que esqueçamos o ranço político e batalhemos por um país com mais qualidade e diversidade. Este deve ser o caminho para que em dezembro do ano que vem, escrevamos um novo editorial celebrando as conquistas que alcançamos com o esforço mútuo. Vamos aguardar.

Bom princípio a todos.