Em Bento existem oito edificações tombadas, segundo o IPURB. Dentre elas, estão a prefeitura e o Museu do Imigrante

Para conhecer o rumo que um povo está tomando, é necessário saber a história que o cerca. A Capital Nacional do Vinho é uma cidade promissora e cheia de atributos positivos, que tornam o lugar aconchegante, inclusive para quem vem de fora.

Entretanto, os espaços comuns, onde muitas pessoas transitam todos os dias, guardam momentos que não podem passar despercebidos. Em Bento existem oito edificações tombadas, segundo o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPURB).

Prefeitura

Construído em 1901 pelo Intendente Carvalho Jr e inaugurado em 1902, os engenheiros da obra foram João J. Teixeira Parobé e Claudio Okrassa. O local foi usado como Intendência, presídio, guarda municipal, sala do Poder Judiciário e Colégio Elementar. Construído com 12 colunas, dentro dos princípios da maçonaria, sofreu algumas modificações, como a escada de acesso.

Museu Histórico Casa do Imigrante

Segundo dados fornecidos por arquivos do próprio Museu, o prédio foi construído em 1913 pela Escola de Engenharia de Porto Alegre. Desde então, abrigou a estação de Sericicultura, Escola Agrícola, foi anexo do Hotel Veraneio Planalto, residência, escritório, e passou várias vezes para domínio público municipal, estadual, e Sociedade Planalto. A partir de 1974, abriga o Museu. Além disso, foi restaurado entre 1986 e 1988, pela Fundação Casa das Artes.

Antiga Pharmácia Providência/ 2º Tabelionato Garcez

O edifício, localizado na rua Saldanha Marinho, próximo à parte antiga do Hospital Tacchini, foi construído em 1928 por Augusto Casagrande.

Igreja Metodista

A partir de 1887, iniciou-se o trabalho metodista na Capital Nacional do Vinho pelas famílias Baccin, Goron, Marcon e Busnelio. Estes, conservavam a fé que tinham na Itália, onde frequentavam a Igreja Valdense. Em dezembro de 1888, chegou no município o reverendo Carlos Lazzare, que construiu o templo, inaugurado em 27 de março de 1889. Até hoje, a igreja continua funcionando.

Antiga Secretaria de Finanças

Inaugurado em 1917 na rua Marechal Deodoro, o prédio abrigou o Banco da Província, tendo Luiz Allegretti como primeiro agente. Hoje, funciona o Tabelionato Damo no 1º pavimento e, no segundo, o escritório Gabardo.

Banco Meridional

Inicialmente, o local foi construído para abrigar o Banco Meridional. Entretanto, também foi Banco Sulbrasileiro e atualmente é o Santander. No piso superior, fica o Arquivo Histórico Municipal de Bento Gonçalves.

Igreja Matriz de Santo Antônio

A Paróquia Santo Antônio foi criada em 26 de abril de 1884, desmembrando-se da Diocese de Estrela. A igreja foi iniciada em 1890 e ampliada em 1922. A inauguração oficial foi em 1923.

Casa Merlin

O local fica no Distrito de São Pedro, nos Caminhos de Pedra. Os arquivos históricos dizem que a edificação foi construída em 1884. A solicitação de tombamento foi feita pela Associação Caminhos de Pedra.

Casa Milan Japur

A casa é localizada na avenida Dr. Antônio Casagrande, nº 500, onde hoje funciona um restaurante. Os registros dizem que a data de construção é em 1927. O lugar está em processo de tombamento na procuradoria geral.

As informações a respeito das edificações históricas foram todas retiradas dos registros que ficam localizados no Museu Histórico Casa do Imigrante.

Arquitetura de Bento

Segundo a arquiteta do município, Cristiane Bertoco, há dois tipos de imóveis que são importantes historicamente: urbanos e rurais. “No rural, a arquitetura da imigração italiana predomina. Aquela vernacular, de pedra, madeira, materiais locais, que foram construídas pelos imigrantes. No espaço urbano temos alguma coisa remanescente da imigração, que nos primeiros anos eles construíram com essas técnicas e foram depois rebocadas, misturadas com outros tipos de arquiteturas”, explica.

Na cidade, também predomina o estilo do final do século 19. “É um ecletismo historicista, que mistura ornamentos diversos, que seria o que mais tem na Via del Vino, por exemplo. Também temos algo da arquitetura moderna, que entra o estilo Art Déco, como o exemplo das duas casas na frente da prefeitura (a Casa Fasolo e o atual Bob’s) e os Correios”, afirma a arquiteta.

A museóloga do Museu do Imigrante, Deise Formolo, acredita que as construções fazem parte da história. “Foram construídas por pessoas. Elas formam todo o contexto da cidade e a partir das diferentes arquiteturas”, acredita.

Além disso, segundo Cristiane, uma das coisas mais especiais que temos em Bento são as arquiteturas ferroviárias. “Elas entram nessa linguagem do déco e do próprio moderno. A estação da Maria Fumaça é a mais antiga, não é tombada ainda, mas está no livro do Patrimônio Ferroviário. Além disso, tem a questão do 1º Batalhão, que é única em relação a outros lugares, além das vilas ferroviárias do interior”, pondera.