Em Bento Gonçalves, diariamente, são recolhidas cerca de 140 toneladas de lixo. Desse total, 28,6% é retirado pelos trabalhadores da Coleta Seletiva

Todos os dias, assim que você acorda, já começa a produzir lixo. O saco de pão, o filtro de papel onde o café é passado, o resto de comida que fica no prato após o almoço, a sobremesa que come no restaurante em embalagem de plástico. Além disso, a nota fiscal do supermercado, o comprovante de pagamento do cartão, o papel higiênico, tudo é apenas uma fração do que é produzido por cada ser humano, mesmo sem perceber.

Em Bento Gonçalves, diariamente, são recolhidas cerca de 140 toneladas de lixo. Isso significa que cada morador do município produz 1,15 quilogramas por dia. Os resíduos orgânicos são a maior parte desse número, 71,4%. O restante, 28,6%, é recolhido pelos trabalhadores da Coleta Seletiva.
Para quem fica a responsabilidade de descartar o lixo depois que ele sai da casa dos cidadãos? Os garis são os encarregados pela manutenção da limpeza do município, enviando todos os resíduos para a Estação de Transbordo de Resíduos Sólidos Doméstico e às nove reciclagens particulares da cidade, que dão trabalho para cerca de 130 pessoas.

Adriano da Silva Marques, Gilnei Somensi e Claudiano da Silva

Para o gari Adriano da Silva Marques, 25 anos, o trabalho que faz é importante para manter a cidade limpa e para auxiliar as pessoas. “Já estou aqui há quatro anos e gosto do que faço. A maior dificuldade são os dias de chuva e frio, pois mesmo quando acontece, temos que trabalhar”, explica.

Para o colega de caminhão Claudiano da Silva, 31 anos, o trabalho que realiza é muito bom e não é difícil. “Uma das coisas que dificulta um pouco é o fato de algumas pessoas não separarem direito. Para nós, que trabalhamos com o reciclável, o trabalho dificulta quando colocam lixo orgânico nos containers”, afirma o gari.

O motorista Gilnei Somensi, que conduz o caminhão todos os dias, garante que busca levar os seus colegas com a máxima segurança e que a boa conservação dos caminhões auxiliam nesse processo. “São todos bem conservados e limpos, o que ajuda muito no nosso trabalho. Todos os dias, na empresa, os veículos são higienizados”, observa.

Cuidados redobrados

Somensi ressalta que depois do coronavírus, há muita cautela com o uso da máscara e álcool gel. “Começamos a ter alguns cuidados a mais. No início, assustou um pouco ter que trabalhar durante a pandemia, mas até hoje a empresa não teve casos confirmados. Acho que o coronavírus não é nada perto do que eles (Marques e Silva) passam. Estão todos os dias em contato com todo tipo de bactéria”, aponta.

O motorista explica que um dos locais onde há mais dificuldade para a Coleta Seletiva é nos containers localizados na esquina das ruas Saldanha Marinho e Ramiro Barcelos, no centro da área urbana. “Uma coisa importante é a separação, não colocar orgânico no lugar do vidro. Normalmente aqui não costuma ter vidro por aqui, apenas orgânico que deveria ser depositado em outro local”, afirma.

Quando chegam nas reciclagens, lixos recicláveis são separados por trabalhadores

Segundo o gerente da RN Freitas, empresa responsável pela coleta de resíduos em Bento, Everton Lopes Fraga, além dos entrevistados, que costumam fazer o trajeto nos bairros Borgo, Centro, Humaitá e São Francisco, há 80 funcionários que fazem a coleta. “São sete caminhões seletivos, dois de vidro, nove de orgânico, um para coleta especial (recolhimento de móveis, madeira), um para coleta automatizada, uma lavadora, para higienizar uma vez por semana os containers e um caminhão muck, para movimentar os containers”, relata.

Separação do lixo é essencial

Na Capital Nacional do Vinho, existem seis tipos de coleta: reciclável, orgânico, vidro, móveis, entulhos e de resíduos especiais. No momento de depositar os resíduos, os containers são identificados por cores, a fim de auxiliar no momento da separação. As lixeiras de cor marrom são para orgânicos, as azuis são para recicláveis e as verdes para vidros.

Nas ruas de Bento, garis trabalham para manter a cidade limpa

Segundo dados fornecidos pela prefeitura no início do ano, a coleta seletiva dos materiais está possibilitando recuperar, diariamente, 36% de papel e assemelhados, 40% dos plásticos, 20% de vidro, 3% de ferro e 1% de outros materiais.

Como fazer o descarte?

Vidro: Devem estar limpos e sem resíduos. Precisam ser colocados em caixas de papelão com o nome ‘VIDROS’ para o coletor identificá-las. Descarte os vidros inteiros. Para quebrados, embale os cacos em material resistente.

Metal: Latas, pregos, parafusos, papel alumínio, tampas de potes, ferragens, canos, arames, fios, esquadrias e objetos de cobre, alumínio, bronze, ferro, chumbo e zinco. Os metais devem estar limpos e, se possível, amassados (para ocuparem menos espaço). Atenção: clipes, grampos, canos e esponjas de aço devem ficar de fora.

Plástico: Garrafas plásticas de refrigerantes e água, potes de alimentos, saquinhos de leite, sacos e sacolinhas plásticas, tubos de pasta de dente e frascos de xampu e cosméticos, baldes, bacias, brinquedos, tubos e canos, etc.

Papel: Devem estar secos e limpos (sem gordura e restos de alimento). Revistas, jornais, caixas de papelão, cadernos, embalagem longa vida, cartolina, envelopes, impressos em geral, folhetos, cartões, embalagem tipo longa vida (tetrapak).

Resíduos Eletrônicos: Computador e monitores, televisor, telefone celular e bateria, câmera fotográfica, impressora, cabos e fios, entre outros equipamentos eletrônicos. *Ponto de coleta: Secretaria de Meio Ambiente

Entulho: Eletrodomésticos da linha branca (fogão, geladeira, máquina de lavar, etc), móveis, sofá, madeira, metal. A coleta é gratuita, através de agendamento com a Secretaria de Meio Ambiente. Obs.: Não são recolhidos restos de construção, pedras, terra e galhos de árvores.

Fonte: Prefeitura de Bento Gonçalves

Fotos: Thamires Bispo